São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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Economia chinesa dá novos sinais de desaceleração

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O crescimento dos investimentos e da produção industrial da China se desacelerou ainda mais no mês passado, aumentando o debate se Pequim precisa relaxar algumas das suas medidas para conter a formação de uma bolha de ativos no país.
A produção industrial chinesa cresceu em julho 13,4% ante igual mês de 2009, após se expandir em 13,7% em junho. O crescimento do setor foi o menor desde agosto do ano passado -excluindo as distorções provocadas pelos feriados de início de ano.
A formação bruta de capital fixo -uma medida dos investimentos- cresceu 24,9% entre janeiro e julho, abaixo da alta de 25,5% até junho.
Outro indicador que mostrou desaceleração foi o de vendas do varejo, que se expandiu em 17,9% no mês passado, após avançar 18,3% em junho.
Nas últimas semanas, o governo chinês vem tomando medidas para conter o excesso de crédito e a especulação no mercado imobiliário, além de ter ordenado o fechamento de 2.087 fábricas para atingir as metas de eficiência energética.
Essas ações de Pequim, porém, começam a ser contestadas por analistas.
"O governo chinês deveria ser mais cuidadoso com as restrições a propriedades e energia e mudar para uma política mais leve e flexível a fim de garantir que o crescimento econômico não se desacelere muito fortemente", afirmou Liu Li-Gang, economista do Australia & New Zealand Banking Group.
E, com a economia mostrando que está perdendo mais força do que o esperado, deve crescer a pressão para que Pequim reverta as políticas de aperto -especialmente dos governos locais que têm fortes ligações com o setor imobiliário e com a indústria pesada (que teve várias fábricas fechadas).

EFEITOS
A economia chinesa é o principal motor da retomada global e um enfraquecimento da sua demanda pode ter fortes consequências sobre as economias com as quais têm ligações mais fortes, especialmente as asiáticas.
O Japão é um exemplo, já que, segundo o próprio governo japonês, as exportações para a China foram "uma força fundamental" para a recuperação do país.
Coreia do Sul e Taiwan são outros países que também podem ser bastante afetados.


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