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Plataforma da Petrobras tem princípio de incêndio
CIRILO JUNIOR
VERENA FORNETTI
DO RIO
Um princípio de incêndio
atingiu a plataforma P-35, da
Petrobras, situada na bacia
de Campos, na manhã de ontem. Segundo a Capitania
dos Portos, o problema ocorreu na linha de saída de vapores da unidade e foi rapidamente controlado.
Inspetores e vistoriadores
navais vão periciar a plataforma hoje, para investigar a
causa do incêndio.
O acidente ocorre em meio
a denúncias de má conservação e falta de manutenção
em equipamentos das unidades. Plataformas da Petrobras nas bacias de Campos e
Santos apresentam falhas de
segurança e superlotação,
acusam petroleiros.
De acordo com o sindicato
dos petroleiros do norte fluminense, onde fica o principal polo produtor de petróleo
do país, 30 das 45 plataformas da estatal na região têm
algum problema que coloca
em risco os trabalhadores.
Diretor do sindicato, Marco Breda lista as plataformas
fixas em atividade desde o
início da década de 80 e os
navios convertidos em meados dos anos 90 como os que
estão em piores condições. É
o caso da plataforma P-33,
inspecionada ontem pela
ANP (Agência Nacional do
Petróleo) e pela Marinha.
"Fizemos denúncia ao Ministério do Trabalho em
2009. A Petrobras nos prometeu melhorias. Algumas
foram feitas, mas, em geral,
podemos dizer que as condições de segurança são precárias em várias unidades."
Ele relatou que um petroleiro chegou a se ferir de forma mais grave na plataforma
P-35, depois que o piso se
rompeu. Na P-33, trabalhadores relataram vazamentos
de gás e camarotes superlotados e com acúmulo de lixo,
por diminuição de pessoal de
manutenção da hotelaria.
Na bacia de Santos, há
problemas de superlotação
na plataforma de Mexilhão,
que está em obras, de acordo
com o sindicato local.
"A capacidade é para cem
pessoas, e eles estão colocando 200 lá dentro. Tem trabalhador que não dorme mais
na plataforma, mas, sim, em
navios", afirma Edgar Palhari, diretor do sindicato.
A estatal diz que suas plataformas apresentam condições de segurança adequadas. Em nota, afirmou que fotos divulgadas pelo sindicato
são de instalações temporariamente desativadas ou que
não apresentam nenhum risco para as operações.
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