São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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Enviuvar traz desafios para evitar tropeço financeiro

Perda de cônjuge pode motivar decisões precipitadas e tornar viúva alvo de vendedores, caça-dotes e até filhos mal-intencionados

RON LIEBER
DO "NEW YORK TIMES"

Há poucas coisas mais dolorosas do que perder um cônjuge. Mas, para piorar a situação, a morte deflagra uma torrente de tarefas financeiras. E o mais provável é que seja a mulher, uma viúva, que tenha de enfrentá-las.
E é comum achar viúva que conhece menos sobre investimento, seguros e impostos do que o marido. Mas, deixando isso à parte, é provável que encare uma combinação complicada de emoções.
Os obstáculos são tão notórios que há livros especializados em ajudar viúvas, como "New Widow Financial Lifeline" e "Moving Forward on Your Own". E há até um guia de 20 páginas ("O que fazer agora?") no site da Timberchase Financial, companhia de planejamento financeiro que atua com viúvas.
Em suma, as viúvas podem evitar dor de cabeça financeira se focarem quatro pontos. 1) A pressa. Algumas ações financeiras, como contas a pagar, precisam ser feitas em curto tempo após a perda do cônjuge. Assim, informe-se sobre plano de saúde, seguros a que tiver direito, tudo.
O resto pode esperar, pois é provável que o raciocínio não esteja 100%. "Não lembrava meu número de previdência social. Já tinha ajudado viúvas a encarar isso. Mas, na minha vez, fiquei presa no estágio do choque", disse Kathleen Rehl, planejadora financeira e autora de "Moving Forward on Your Own".
Jennifer Murray, viúva e planejadora financeira, diz que proíbe seus clientes viúvos de tomar decisões irreversíveis nesse período.
Pode ser difícil resistir a isso, dado os valores que podem vir do seguro. Mas decisão apressada pode gerar arrependimento. E há os profissionais de olho em quem enviuvou, basta contar as pessoas que irão ofertar todo tipo de plano de benefício, do que só enriquece vendedor.
Mesmo que defina um tipo de fonte de renda, a viúva deve submetê-lo à avaliação de um consultor financeiro -o ideal é ouvir três consultores.
2) A casa. Um problema quando há pressa em liquidar uma hipoteca é que talvez ficar morando na mesma casa não seja a melhor coisa.
Mesmo que a situação pareça acessível, há os reparos constantes que a casa requer. "São despesas que a maioria das mulheres não costuma antecipar", disse Murray.
Rehl, 64, ficou na casa em que vivia, na Flórida, quando o marido morreu, em 2007. "A casa vazia assusta. Mas, diante da ideia de morar com filho, é melhor decidir após um período com o filho."
3) O patrimônio. Não são só vendedores que veem as viúvas como fonte de renda. Filhos podem ver a chance de solicitar parte da herança. Alguns, mais ardilosos, usam a manipulação emocional.
Sair ilesa a isso será fácil se houver um planejador financeiro ou contador. Mas, caso sucumba quanto à herança, o faça por escrito, para que não haja confusão no futuro.
As viúvas também devem tomar cuidado com homens em busca de patrimônio.
O ponto aqui é que a tristeza gera vulnerabilidade, e não é egoísmo dizer não consecutivos nos primeiros anos.
4) O fantasma. Outro fator é que cônjuges parecem ditar decisões financeiras da cova, no que Anthony Ogorek, planejador financeiro, chama de "brigar com o fantasma". "Na busca de proteger a mulher, o marido cria vulnerabilidade ao definir que investimentos não podem ser alterados."
O marido acerta às vezes. Na dúvida, a viúva deve agir.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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