São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Europa erra com benefício a desempregados, diz premiado

DE SÃO PAULO

Benefícios concedidos aos desempregados podem causar problemas estruturais graves nas economias dos países, disse um dos premiados ontem. Isso porque trabalhadores podem se acomodar e contribuir para índices prolongados de desemprego.
A tese ataca diretamente políticas já estabelecidas em países como França e Espanha, onde o Estado garante o pagamento de seguro-desemprego. Na Espanha, o índice de desemprego cresceu de 8% em 2007 para cerca de 20% no segundo trimestre.
"Muitos países europeus cometeram erros graves com a depressão da economia e a concessão de benefícios", disse Pissarides à Folha por telefone após a entrevista coletiva, em Londres.
Segundo o professor, mercados emergentes devem tomar essa situação como exemplo para evitar repetir os mesmos erros.
"Alguns incentivos podem ser importantes para os trabalhadores quando os países estão crescendo, mas, quando os países emergentes atingem outras fases de crescimento, esses benefícios podem ser perigosos", disse.
Para Pissarides, análises como as suas podem ajudar na criação de políticas públicas capazes de ajudar a reduzir o desemprego.
Para Aloisio Araújo, da FGV-Rio, algumas das medidas propostas podem parecer cruéis, mas são necessárias em nome da estabilidade dos países. "É necessário um equilíbrio para não ter em volume excessivo de trabalhadores desempregados."
O professor Peter Diamond classificou como "dolorosa" a recuperação pós-crise. "Esse processo vai ser lento e doloroso para toda a economia e, obviamente, para todos com dificuldades de encontrar trabalho", disse.
Para ele, o resgate dos bancos depois da crise de 2008 era "absolutamente essencial".


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