O Bank of America anunciou que a moratória passou de 23 para todos os 50 Estados

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Depois de a Casa Branca sinalizar que é contra o congelamento nacional das execuções hipotecárias, um dos maiores grupos lobistas da área de seguros disse ontem que uma eventual moratória seria "catastrófica".
As afirmações respondem à crescente pressão do Congresso para que o governo Obama tome medidas contra as possíveis fraudes que afetaram a execução de hipotecas no país inteiro.
Na última sexta-feira, o Bank of America, que já havia congelado os processos em 23 Estados, anunciou que a moratória passou a valer para todos os 50 Estados.
A maior instituição de crédito dos EUA enfrenta acusações de que o chamado ""foreclosure" de imóveis foi acelerado com base em dados falsos ou não verificados.

SUSPEITA
A suspeita já havia levado outras instituições, como J.P. Morgan e Ally Financial, a congelar as execuções hipotecárias nos 23 Estados em que elas precisam passar pela aprovação da Justiça.
Anteontem, o assessor da Casa Branca David Axelrod disse à rede CBS que as suspeitas são um ""problema sério", que "jogou muita incerteza sobre um mercado imobiliário já fragilizado".
Ele afirmou, no entanto, não ter "certeza" sobre a necessidade de uma moratória nacional, porque "existem execuções de hipotecas válidas que provavelmente devem continuar".
A empresa de lobby Securities Industry and Financial Markets Association divulgou ontem comunicado em que diz que os ""erros devem ser corrigidos", mas alerta que ""seria catastrófico" impor um congelamento nacional. "Esse tipo de ação pode prejudicar o mercado imobiliário e a economia."
Na semana passada, o presidente do Bank of America, Brian Moynihan, afirmou que o banco ""não encontrou problemas nos processos de "foreclosure'", mas que a verificação deve levar ""algumas semanas".