São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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Voluntário VIP educa microempresário

Aulas gratuitas de gestão e recursos humanos são dadas por executivos de empresas como Ambev, Itaú e Telefônica

Incubadora criada pelo trio de donos da Ambev e Lojas Americanas promove a cultura do empreendedorismo

MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO

Precisa de uma orientação sobre como se apresentar em uma reunião com um fundo de investimentos, fale com o Fersen Lambranho, do GP.
Problemas na hora de redigir um contrato, marque uma hora com Paulo Aragão, do Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados.
Não é preciso ser um grande empresário para ter acesso a esses profissionais. Mas é preciso pensar grande.
Aragão e Lambranho fazem parte do time de 300 voluntários que dão orientação aos empreendedores da Endeavor, ONG que apoia negócios de grande potencial.
No ano passado, esses 300 voluntários (mentores) doaram 1.500 horas para a Endeavor. "São horas que não têm preço, pelo simples motivo de que não estão à venda", diz o empresário Beto Sicupira, responsável por trazer a Endeavor para o Brasil há dez anos.
A rede de mentores começou no círculo de amizades de Sicupira e foi crescendo a partir das demandas dos próprios empreendedores. Uns dão dicas de gestão, outros respondem a questionamentos específicos nas áreas jurídica, financeira, de recursos humanos, publicidade, tecnologia, entre outros."Os mentores são a alma da Endeavor", diz Sicupira.
As reuniões são presenciais e podem durar de 15 minutos a três horas. "É uma oportunidade de devolver um pouco as chances que a vida deu para a gente", diz Aragão, que recomenda a todo o empreendedor que o procura a pensar "nas coisas que podem dar errado".
"O que a gente fala não é garantia de sucesso, mas ajuda a queimar etapas", diz o sócio fundador da butique de investimentos Astella, Edson Rigonatti, que já deu "pitaco" em pelo menos 25 empreendimentos Endeavor.
Seu principal conselho, diz Rigonatti, é para que o empreendedor "sonhe grande". "Ajudamos o empreendedor a ver que o potencial de mercado é muito maior do que o que ele imagina."

ALTO CRESCIMENTO
Apesar de não ter fins lucrativos, a Endeavor funciona na lógica de fundos de investimento. Investe em microempresas -dando treinamento e acesso à rede de mentores- e as ajuda a dar um grande salto.
Em média, os empreendedores Endeavor apresentam um crescimento de faturamento da ordem de 40% a 50% ao ano.
A "carteira" de investimentos da entidade é formada por 53 empresas. Juntas, elas faturam R$ 2 bilhões e geram 20 mil empregos.
Para fazer parte do time, as empresas selecionadas doam 2% de seu capital para a organização. "Toda vez que os sócios das empresas recebem dividendos, 2% vai para um fundo cujos rendimentos são usados para custear a própria Endeavor", explica Rodrigo Teles, diretor-presidente da ONG.
Se todas as 53 empresas fossem vendidas hoje, o fundo teria R$ 40 milhões a receber.


Colaborou CAROLINA MATOS de São Paulo


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