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Voluntário VIP educa microempresário
Aulas gratuitas de gestão e recursos humanos são dadas por executivos de empresas como Ambev, Itaú e Telefônica
Incubadora criada pelo trio de donos da Ambev e Lojas Americanas promove a cultura do empreendedorismo
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
Precisa de uma orientação
sobre como se apresentar em
uma reunião com um fundo
de investimentos, fale com o
Fersen Lambranho, do GP.
Problemas na hora de redigir um contrato, marque uma
hora com Paulo Aragão, do
Barbosa, Müssnich & Aragão
Advogados.
Não é preciso ser um grande empresário para ter acesso a esses profissionais. Mas
é preciso pensar grande.
Aragão e Lambranho fazem parte do time de 300 voluntários que dão orientação
aos empreendedores da Endeavor, ONG que apoia negócios de grande potencial.
No ano passado, esses 300
voluntários (mentores) doaram 1.500 horas para a Endeavor. "São horas que não
têm preço, pelo simples motivo de que não estão à venda", diz o empresário Beto Sicupira, responsável por trazer a Endeavor para o Brasil
há dez anos.
A rede de mentores começou no círculo de amizades
de Sicupira e foi crescendo a
partir das demandas dos próprios empreendedores. Uns
dão dicas de gestão, outros
respondem a questionamentos específicos nas áreas jurídica, financeira, de recursos
humanos, publicidade, tecnologia, entre outros."Os
mentores são a alma da Endeavor", diz Sicupira.
As reuniões são presenciais e podem durar de 15 minutos a três horas. "É uma
oportunidade de devolver
um pouco as chances que a
vida deu para a gente", diz
Aragão, que recomenda a todo o empreendedor que o
procura a pensar "nas coisas
que podem dar errado".
"O que a gente fala não é
garantia de sucesso, mas ajuda a queimar etapas", diz o
sócio fundador da butique de
investimentos Astella, Edson
Rigonatti, que já deu "pitaco" em pelo menos 25 empreendimentos Endeavor.
Seu principal conselho, diz
Rigonatti, é para que o empreendedor "sonhe grande".
"Ajudamos o empreendedor
a ver que o potencial de mercado é muito maior do que o
que ele imagina."
ALTO CRESCIMENTO
Apesar de não ter fins lucrativos, a Endeavor funciona na lógica de fundos de investimento. Investe em microempresas -dando treinamento e acesso à rede de
mentores- e as ajuda a dar
um grande salto.
Em média, os empreendedores Endeavor apresentam
um crescimento de faturamento da ordem de 40% a
50% ao ano.
A "carteira" de investimentos da entidade é formada por 53 empresas. Juntas,
elas faturam R$ 2 bilhões e
geram 20 mil empregos.
Para fazer parte do time, as
empresas selecionadas
doam 2% de seu capital para
a organização. "Toda vez que
os sócios das empresas recebem dividendos, 2% vai para
um fundo cujos rendimentos
são usados para custear a
própria Endeavor", explica
Rodrigo Teles, diretor-presidente da ONG.
Se todas as 53 empresas
fossem vendidas hoje, o fundo teria R$ 40 milhões a receber.
Colaborou CAROLINA MATOS de São Paulo
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