São Paulo, terça-feira, 12 de outubro de 2010

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ANÁLISE

Empreendedorismo cresce e contribui para a estabilização

TALES ANDREASSI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Parece haver um consenso de que o crescimento do país está condicionado ao fortalecimento das pequenas e médias empresas -segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, 53% dos funcionários que possuem carteira assinada trabalham para pequenas empresas, o que mostra a contribuição relevante das pequenas e médias empresas na estabilização econômica e principalmente social.
Os números relacionados ao empreendedorismo no Brasil estão melhorando significativamente de alguns anos para cá.
A pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), coordenada pela London Business School e pelo Babson College, compara diversos aspectos do empreendedorismo em mais de 50 países e por um período longo de tempo, revelando dados interessantes.
Um deles é que o percentual da população responsável por novos negócios com até três meses de atividade saltou de 2,93%, em 2008, para 5,78%, em 2009, um aumento de 97%!
Outro fato é que a participação feminina nos empreendimentos é maior que a participação masculina: 53% dos negócios têm uma mulher à frente. Além disso, 20,8% dos negócios estão nas mãos dos jovens entre 18 e 24 anos, sendo que esse número em 2008 era de 15%.
Isso revela que o empreendedorismo vem se constituindo em uma opção de carreira para um número expressivo de jovens.
De fato, ao examinarmos o empreendedorismo nas escolas de negócio brasileiras, percebemos que até os anos 90 o ensino de empreendedorismo se limitava à oferta de algumas disciplinas pontuais, quando muito.
Hoje, cada vez mais o empreendedorismo está se inserindo de forma definitiva nos currículos das escolas de administração e de outras áreas do conhecimento.
São muitas as explicações para esse boom do empreendedorismo, que por sinal é um fenômeno mundial. Uma das explicações é o aparecimento de milhares de prósperos negócios a partir da internet, despertando a ambição de jovens.
Que jovem não se espelha em Mark Zuckerberg, o rapaz de 26 anos que criou o Facebook?
No caso brasileiro, ajudou também o fato de que o emprego nas grandes empresas, com raras exceções, já não tem o mesmo atrativo das décadas passadas -bons salários, forte investimento em treinamento, emprego estável, entre outros.
Assim, os estudantes começaram a ver o empreendedorismo como uma opção real de carreira.


TALES ANDREASSI é professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV de São Paulo.


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