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ANÁLISE
Empreendedorismo cresce e contribui para a estabilização
TALES ANDREASSI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Parece haver um consenso
de que o crescimento do país
está condicionado ao fortalecimento das pequenas e médias empresas -segundo dados da Rais (Relação Anual
de Informações Sociais), do
Ministério do Trabalho, 53%
dos funcionários que possuem carteira assinada trabalham para pequenas empresas, o que mostra a contribuição relevante das pequenas e médias empresas na estabilização econômica e
principalmente social.
Os números relacionados
ao empreendedorismo no
Brasil estão melhorando significativamente de alguns
anos para cá.
A pesquisa GEM (Global
Entrepreneurship Monitor),
coordenada pela London Business School e pelo Babson
College, compara diversos
aspectos do empreendedorismo em mais de 50 países e
por um período longo de
tempo, revelando dados interessantes.
Um deles é que o percentual da população responsável por novos negócios com
até três meses de atividade
saltou de 2,93%, em 2008,
para 5,78%, em 2009, um aumento de 97%!
Outro fato é que a participação feminina nos empreendimentos é maior que a
participação masculina: 53%
dos negócios têm uma mulher à frente. Além disso,
20,8% dos negócios estão
nas mãos dos jovens entre 18
e 24 anos, sendo que esse número em 2008 era de 15%.
Isso revela que o empreendedorismo vem se constituindo em uma opção de carreira para um número expressivo de jovens.
De fato, ao examinarmos o
empreendedorismo nas escolas de negócio brasileiras,
percebemos que até os anos
90 o ensino de empreendedorismo se limitava à oferta
de algumas disciplinas pontuais, quando muito.
Hoje, cada vez mais o empreendedorismo está se inserindo de forma definitiva nos
currículos das escolas de administração e de outras áreas
do conhecimento.
São muitas as explicações
para esse boom do empreendedorismo, que por sinal é
um fenômeno mundial. Uma
das explicações é o aparecimento de milhares de prósperos negócios a partir da internet, despertando a ambição de jovens.
Que jovem não se espelha
em Mark Zuckerberg, o rapaz
de 26 anos que criou o Facebook?
No caso brasileiro, ajudou
também o fato de que o emprego nas grandes empresas,
com raras exceções, já não
tem o mesmo atrativo das décadas passadas -bons salários, forte investimento em
treinamento, emprego estável, entre outros.
Assim, os estudantes começaram a ver o empreendedorismo como uma opção
real de carreira.
TALES ANDREASSI é professor
e coordenador do Centro de
Empreendedorismo da FGV de São Paulo.
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