São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

"De olho em tudo", Eike Batista não descarta interesse no SBT

Pela manhã, empresário admite que poderia comprar emissora de TV; à tarde, assessoria nega

Eike diz que enxerga um espaço gigante para ampliar investimentos em setores em que o Brasil é ineficiente

CIRILO JUNIOR
DO RIO

O empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, admitiu ontem que pode ter interesse em empresas do Grupo Silvio Santos, como o SBT e o banco PanAmericano.
Questionado sobre rumores dando conta do interesse, afirmou que está "de olho em tudo".
"A gente olha tudo. O que dá para arbitrar e fazer melhor a gente olha", afirmou, após fazer palestra na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
Sem desmentir em nenhum momento as especulações em torno das empresas de Silvio, o bilionário não confirmou se já iniciou negociações com o dono do SBT.
Mais tarde, no entanto, Eike voltou atrás, e, por meio de sua assessoria de imprensa, negou a possibilidade de comprar o SBT.
No início da tarde, havia dito ainda que seria interessante ter um canal de televisão, já que anunciou, nesta semana, a criação da IMGX, joint venture com a americana IMG, uma das gigantes mundiais na área de entretenimento e esportes.
"Jamais entraria para competir com a AmBev ou com o Submarino. O Brasil tem áreas de excelência que competem com qualquer player mundial. Mas o Brasil tem um outro lado, que é o Brasil ineficiente. Então tudo que é ineficiente no Brasil a gente enxerga um espaço gigante."
Para uma plateia que lotou o salão da Firjan, Eike anunciou que as empresas do grupo EBX vão investir US$ 27 bilhões de 2010 a 2012.
Reafirmou o interesse em fabricar carros no país, destacando que a frota de veículos tem potencial para triplicar até 2020. Para isso, comentou estar negociando com empresários chineses, coreanos e europeus.
A ideia é começar a produzir em até três anos, em área do porto de Açu, complexo industrial que está sendo erguido no norte fluminense. "Por que não convencer uma BMW a ir para lá?", indaga.
O empresário confirmou que ainda estuda fazer IPO (lançamento de ações na Bolsa, na sigla em inglês) da holding EBX. "Temos agilidade para mudar de rumo. Ficamos sempre preparados, estamos crescendo. Temos capital e acesso a capital, tem mais grupos estrangeiros querendo investir no país."
Sobre a venda de parte dos ativos da OGX, braço de petróleo e gás de seu grupo, Eike afirmou que segue negociando com as chinesas Sinopec e Cnooc. "Está tudo se encaminhando bem", limitou-se a declarar. O empresário admite negociar até 30% dos blocos que a OGX detém.
A empresa de petróleo tem descobertas estimadas em 5,5 bilhões de barris de óleo e gás. As reservas, porém, ainda não foram provadas. A OGX prevê iniciar a produção em 2011, chegando a 1,3 milhão de barris/dia em 2019.


Texto Anterior: Crise atropela expansão de TV de Silvio
Próximo Texto: Após fraude, BC vasculha carteiras de bancos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.