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Real valorizado faz lucro da Petrobras crescer R$ 1,4 bi
Com impacto cambial, estatal lucrou R$ 8,57 bilhões no terceiro trimestre
Recuo do dólar reduziu custo da dívida e gerou ganho financeiro; no ano, lucro cresce 10%
e vai para R$ 24,6 bi
PEDRO SOARES
DO RIO
Salva pelo impacto cambial positivo sobre suas dívidas, a Petrobras viu seu lucro
crescer 3% no terceiro trimestre deste ano. O resultado ficou em R$ 8,566 bilhões,
acima dos R$ 8,295 bilhões
do segundo trimestre.
Nos nove primeiros meses
do ano a Petrobras obteve lucro de R$ 24,6 bilhões, 10%
mais do que em igual período
do ano passado.
Somente a valorização do
real gerou um efeito positivo
de R$ 1,4 bilhão, ampliando
o lucro da companhia no terceiro trimestre, segundo Almir Barbassa, diretor financeiro da companhia.
Não fosse esse efeito o lucro da companhia teria caído. "A Petrobras se beneficiou do câmbio, já que a produção foi menor e os preços
do petróleo também", diz
Nelson Rocha de Matos, analista do Banco do Brasil.
É que a estatal ampliou
seu endividamento em dólar
e reduziu ativos no exterior
(que perdem valor com a
queda da moeda estrangeira). Desse modo, o recuo do
dólar reduziu o custo da dívida e gerou um ganho financeiro à companhia.
Tal fator compensou o aumento de despesas da companhia -que resultou numa
queda de 7% do Ebtida da estatal, de R$ 14,7 bilhões no
terceiro trimestre.
As despesas cresceram por
conta de um pagamento extra aos funcionários previsto
no acordo coletivo e benefício para empregados comprarem ações durante o processo de capitalização.
O câmbio compensou ainda a redução de 1% da produção de petróleo no terceiro
trimestre e a queda do preço
do petróleo no exterior.
Apesar da cotação menor
nas exportações, a estatal obteve faturamento maior graças ao bom desempenho das
vendas no mercado interno.
Com isso, a receita da companhia atingiu R$ 54,7 bilhões
no terceiro trimestre.
Já de janeiro a setembro, o
faturamento cresceu 17% e
chegou a R$ 158,8 bilhões,
sob impacto da maior produção (alta de 2%), dos preços
mais elevados do petróleo e
da reação do mercado de
combustíveis pós-crise.
Segundo Barbassa, o efeito cambial também foi um
dos motivos que explicaram
o aumento do lucro nos nove
primeiros meses do ano.
No período, o ganho gerado pela valorização do real
foi de R$ 910 milhões.
"Há um efeito contábil de
redução da dívida, que fica
menor em reais com a queda
do dólar", disse.
CAPITALIZAÇÃO
Finalizada em setembro, a
capitalização da Petrobras
alcançou seu principal objetivo: reduziu o índice de alavancagem da companhia.
O indicador de dívidas sobre o patrimônio caiu de 34%
no segundo trimestre para
17% e afastou o risco de perda do grau de investimento
pela companhia.
A Petrobras captou montante de US$ 120 bilhões com
a emissão de novas ações.
Desse total, US$ 74 bilhões
foram para a União como pagamento das reservas do pré-sal transferidas à estatal.
Sobraram no caixa da
companhia R$ 48 bilhões no
terceiro trimestre, já descontado o pagamento de dívidas.
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