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Reino Unido gravará conversas de operadores para evitar fraudes
Financeiras deverão gravar chamadas de celulares corporativos
JULIA WERDIGIER
DO "NEW YORK TIMES", EM LONDRES
Executivos de bancos de
investimento e operadores financeiros do Reino Unido terão gravadas suas conversas
telefônicas, como resultado
da mais recente medida das
autoridades regulatórias das
finanças do país para reprimir o uso indevido de informações privilegiadas e os
abusos de mercado.
A Autoridade de Serviços
Financeiros (FSA, na sigla
em inglês), agência regulatória britânica, anunciou novas regras que vigorarão a
partir de novembro de 2011,
sob as quais todas as empresas de serviços financeiros
terão a obrigação de gravar
quaisquer comunicações relevantes que seus funcionários realizem por meio de
seus celulares de trabalho.
As empresas também terão a responsabilidade de desencorajar funcionários a
aceitar pedidos de clientes
ou negociar transações em
seus celulares pessoais, que
não podem ser gravados.
A nova regra faz do Reino
Unido o único país da Europa
a requerer explicitamente a
gravação de conversações
em celulares empresariais.
As leis atualmente em vigor
em outros países só exigem
que as empresas garantam
que as conversas relevantes
sejam gravadas.
"Nossa expectativa é a de
que melhore a qualidade da
informação disponível para
que usemos como prova adicional em casos de uso indevido de informações privilegiadas", disse Sarah Bailey,
porta-voz da FSA.
A FSA já grava conversas
de telefonia fixa do setor financeiro e armazena mensagens de e-mail. Os celulares
estavam isentos das regras
porque a tecnologia não estava disponível, disse Bailey.
A regra afetaria cerca de 16
mil celulares, e as gravações
das conversas teriam de ser
mantidas por seis meses.
A nova norma também
dispõe que as empresas "tomem medidas para garantir
que essas comunicações não
sejam realizadas por meio de
equipamentos privados de
comunicação, que não poderiam ser gravados".
CUSTO ADICIONAL
Algumas companhias expressaram preocupação
quanto ao custo adicional de
gravar as conversações e sobre a legalidade de gravações
quando seus funcionários estiverem no exterior.
Um banco de investimento
não identificado estimou que
o custo de gravar todos os
BlackBerry em uso atingiria
2,6 milhões de libras (US$ 4,2
milhões) ao ano. Goldman
Sachs e BNP Paribas estiveram entre as companhias
que comentaram a proposta.
"A preocupação era a de
que um telefonema dúbio capaz de provar um delito terminasse não sendo gravado", disse Jonathan Herbst,
sócio do escritório de advocacia londrino Norton Rose.
As novas restrições "representam um caminho óbvio",
disse Herbst, "mas não resta
dúvida de que podem continuar existindo comunicações feitas por outros meios".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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