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ONG ameaça projeto de minério da Bamin
Ambientalistas questionam Ibama e, com MPF, tentarão barrar licença na Justiça
DE SÃO PAULO
O complexo da Bahia Mineração (Bamin), no Estado
de mesmo nome, pode sofrer
atrasos devido a contestações ao processo de licenciamento ambiental do porto
que a empresa pretende
construir em Ponta da Tulha
(norte de Ilhéus) para escoar
o minério de ferro extraído
no oeste do Estado.
Além da mina e do terminal portuário, que será construído ao lado do porto Sul
(estatal), o projeto da Bamin
prevê a construção de um retroporto para estocagem. Os
investimentos devem somar
US$ 1,8 bilhão.
Na semana passada, a Bamin obteve licença prévia para a construção da mina e espera que a licença prévia para a construção do porto seja
emitida até o final deste ano.
Mas ambientalistas trabalham para barrar o processo.
O grupo Ambientalista da
Bahia, que atua em parceria
com a Promotoria do Estado
da Bahia e com o Ministério
Público Federal, interpelou a
diretora de licenciamento
ambiental do Ibama, Gisela
Forattini, com questões sobre o procedimento adotado.
Entre vários pontos, a ONG
questiona a construção do
terminal em uma APA (área
de proteção ambiental).
Segundo o advogado que
representa a ONG, Fernando
Furriela, a implantação do
porto em Ponta de Tulha pode configurar crime ambiental, pois conflitaria com o
propósito específico da APA.
Mesmo assim, anuências
prévias foram concedidas ao
projeto pelo governo estadual sem manifestação contrária do Ibama, o que é questionado pela ONG.
IMPACTO
Caso o Ibama não se manifeste nos próximos dias, a
ONG vai entrar com ações civis públicas, com o MPF e
com a promotoria estadual,
para interromper o processo.
"Vamos trabalhar para que a
legislação seja respeitada",
diz o advogado.
Procurado pela Folha, o
Ibama não se pronunciou a
respeito. O presidente da Bamin, Clóvis Torres, disse que
Ponta de Tulha foi escolhida
porque o projeto ocasionaria
impacto ambiental "mínimo" na região.
"No estudo de impacto
ambiental, entregue ao Ibama, foram analisadas cinco
áreas para a localização do
porto, e Ponta de Tulha apresentava o menor impacto
ambiental e o maior benefício social", afirma.
O fato de o porto estar localizado sobre recifes de coral e
o de seu licenciamento ocorrer separadamente ao da Fiol
(Ferrovia da Integração Oeste-Leste) -que faz parte do
PAC e transportará o minério
da Bamin- também são
questionados pela ONG.
Segundo Torres, a Bamin
construirá uma ponte para
minimizar os impactos.
Mesmo assim, diz que a
empresa trabalha com a possibilidade de ações serem
abertas contra o projeto e que
está confiante na aprovação
pelo Ibama.
(TF)
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