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Preço de imóvel deve subir em ritmo mais lento em São Paulo
Sindicato vê acomodação e aumento próximo da inflação em 2011
MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
O preço dos imóveis residenciais na cidade de São
Paulo deve estabilizar e subir
a um ritmo próximo dos índices de inflação em 2011, após
ter passado por forte valorização nos últimos anos, dizem especialistas.
O presidente do Secovi-SP
(sindicato que representa o
setor de habitação), João
Crestana, afirma que em
2010 os aumentos atingiram
seu ponto máximo.
"As construtoras já estão
detectando que lançamentos
com preços "mais ousados"
estão sendo vendidos com
menos velocidade, o que
aponta para a acomodação.
Empreendimentos antes
vendidos em dois ou três meses agora saem em até seis."
Para Crestana, as fortes valorizações poderão ocorrer
apenas em regiões onde haja
demandas específicas e não
de forma generalizada.
Só no ano passado, o metro quadrado médio dos lançamentos teve alta de cerca
de 30%, segundo informações da empresa de pesquisas imobiliárias Geoimovel.
Já a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo),
variou 5,91% em 2010. Para
2011, o mercado estima um
índice de 5,34%.
"Houve um grande descolamento entre o preço dos
imóveis e a inflação por causa da forte demanda após
anos de retração", diz Celso
Petrucci, economista-chefe
do Secovi-SP.
"Além disso, tivemos em
2010 mais vendas do que lançamentos, o que reduziu os
estoques e contribuiu para o
aumento. Já 2011 será um ano
de equilíbrio e acomodação
dos preços", afirma.
O professor de finanças do
Insper Rafael Paschoarelli
também vê uma tendência
de desaceleração.
Na opinião dele, a redução
na disponibilidade de crédito
para financiamento, com o
esgotamento de recursos da
poupança, é um fator de
pressão. "Será preciso desenvolver novas fontes, que serão mais caras, o que funcionará como um freio."
VENDAS
As vendas de imóveis novos residenciais na capital
paulista totalizaram 31 mil
unidades entre janeiro e novembro de 2010, enquanto os
lançamentos somaram 29,8
mil, segundo o Secovi.
A expectativa da entidade
é encerrar o ano com 36 mil
unidades comercializadas e
34 mil lançadas. Para 2011,
estima 5% de alta nas vendas
e lançamentos.
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