São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

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Para especialistas, programas sociais precisam melhorar

DE SÃO PAULO

Diante da tendência de redução do número de pobres no Brasil, especialistas em distribuição de renda defendem modificações na abrangência do principal programa assistencial do governo Lula, o Bolsa Família.
Para Lena Lavinas, da UFRJ, é equivocado assumir que o programa "bateu no teto" em relação à sua abrangência ao cobrir hoje mais de 12 milhões de famílias.
Pelos seus cálculos, 48% das pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza não foram ainda alcançadas pelo Bolsa Família.
No município de Nova Iguaçu (RJ), por exemplo, há cerca de 40 mil beneficiários, quando deveriam ser 75 mil, afirma.
Lena Lavinas defende também tornar constitucional o direito ao recebimento.
O economista Sérgio Vale, da MB Associados, diz que o valor do benefício poderia ser elevado à medida que beneficiários forem integrados ao mercado de trabalho.
"O valor do Bolsa Família poderia ser quatro vezes maior do que é hoje", diz.
Ademir Figueiredo, do Dieese, defende ainda que o próximo governo persiga a mesma política de Lula de aumentar o valor real do salário mínimo.
Há opiniões contrárias a isso, já que o mínimo corrige também os benefícios da Previdência -e os aumentos têm impacto nessa conta.
"O crescimento do emprego e dos salários faz a economia e a arrecadação tributária aumentarem mais rapidamente, equilibrando as contas", afirma Figueiredo.
"O Brasil precisa abandonar a tendência de achar que o pobre custa caro", diz, referindo-se aos que criticam os impactos do salário mínimo sobre a Previdência. (FCZ)


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