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Para especialistas, programas sociais precisam melhorar
DE SÃO PAULO
Diante da tendência de redução do número de pobres
no Brasil, especialistas em
distribuição de renda defendem modificações na abrangência do principal programa assistencial do governo
Lula, o Bolsa Família.
Para Lena Lavinas, da
UFRJ, é equivocado assumir
que o programa "bateu no teto" em relação à sua abrangência ao cobrir hoje mais de
12 milhões de famílias.
Pelos seus cálculos, 48%
das pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza não
foram ainda alcançadas pelo
Bolsa Família.
No município de Nova
Iguaçu (RJ), por exemplo, há
cerca de 40 mil beneficiários,
quando deveriam ser 75 mil,
afirma.
Lena Lavinas defende
também tornar constitucional o direito ao recebimento.
O economista Sérgio Vale,
da MB Associados, diz que o
valor do benefício poderia
ser elevado à medida que beneficiários forem integrados
ao mercado de trabalho.
"O valor do Bolsa Família
poderia ser quatro vezes
maior do que é hoje", diz.
Ademir Figueiredo, do
Dieese, defende ainda que o
próximo governo persiga a
mesma política de Lula de
aumentar o valor real do salário mínimo.
Há opiniões contrárias a
isso, já que o mínimo corrige
também os benefícios da Previdência -e os aumentos
têm impacto nessa conta.
"O crescimento do emprego e dos salários faz a economia e a arrecadação tributária aumentarem mais rapidamente, equilibrando as contas", afirma Figueiredo.
"O Brasil precisa abandonar a tendência de achar que
o pobre custa caro", diz, referindo-se aos que criticam os
impactos do salário mínimo
sobre a Previdência.
(FCZ)
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