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Safra no Sudeste esvazia cidade no Maranhão
DA ENVIADA AO MARANHÃO
Todos os anos, a partir de
março, começa a revoada de
agricultores da cidade de
Timbiras rumo ao interior de
São Paulo. Ela provoca até a
diminuição do total de alunos da rede pública, porque
muitos pais levam os filhos.
A Unidade de Ensino Fundamental Manoel Burgo, na
periferia de Timbiras, perdeu
35 alunos, de um total de 390
inscritos no início do ano letivo. Segundo a diretora-geral
da escola, Francisca Oliveira
Almeida, ficam no município
de 26 mil habitantes sobretudo mulheres e crianças.
O principal destino dos
que deixam Timbiras é Pradópolis, no interior de SP. As
mulheres, quando questionadas sobre onde estão os
maridos e filhos ausentes,
respondem: ""Pradopi".
""Aqui a chance de ganhar
dinheiro é nenhuma. O que
plantamos mal dá para sobreviver", diz Cleane Araujo
Dutra, 35. Seu marido está
em Pradópolis. A moto, adquirida no ano passado, fica
exposta na sala da casa.
Francisca Ferreira de Souza, 21, agricultora, viu o marido partir dois dias depois do
nascimento do primeiro filho
do casal, em fevereiro.
Os trabalhadores rurais
vão em ônibus fretados por
falsas agências de turismo. A
mais conhecida em Timbiras
é a de Antônio Grosso, que foi
pego recentemente pela fiscalização do Ministério do
Trabalho e acusado de intermediar mão de obra. ""Só
vendo passagens", nega ele.
Enquanto falava com a reportagem, o agricultor Valdeci da Silva Rocha, 50, pai
de 11 filhos (três deles em
Pradópolis), comprou passagem para a nora, Rosilda Pinho Rocha, 23.
(EL)
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