|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estado vai bancar 77,5% da usina de Belo Monte
Investimento estatal cresceu com a entrada de fundos de pensão
Documentação da sociedade que irá cuidar da construção e da operação da usina será
entregue hoje à Aneel
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O peso do Estado na construção da hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará, chegará a
77,5% do investimento total,
orçado entre R$ 19 bilhões e
R$ 25 bilhões.
A participação estatal direta e indireta cresceu com a
entrada de fundos de pensão
ligados a empresas federais,
como Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Funcef
(Caixa Econômica Federal),
além do Fundo de Investimento FGTS, administrado
pela CEF, conforme antecipado pela Folha.
Originalmente, a fatia do
governo era minoritária, de
49,98%, e se concentrava no
grupo Eletrobras. Os 50,02%
majoritários estavam divididos entre investidores privados das áreas de construção e
engenharia e empresas interessadas na produção de
energia para consumo próprio (autoprodutores).
O presidente do Norte
Energia e diretor da estatal
Chesf (subsidiária da Eletrobras), José Ailton, disse que
na nova composição a fatia
dos fundos de pensão será de
27,5%, aproximadamente.
Ontem, em Brasília, executivos da Eletrobras se reuniram para definir a composição final da sociedade.
A Funcef deterá 2,5% da
sociedade e mais 1,5% de
participação de forma indireta, por meio do fundo Fip Cevix, do qual é cotista em parceria com a Engevix.
A Previ terá 10% de Belo
Monte por meio da 521 Participações- que é a empresa
dona da gigante do setor elétrico Neoenergia.
Já o FI-FGTS entrará por
meio da J. Malucelli Energia,
da qual detém 40% das
ações, e também de forma direta. O Petros deverá ficar
com 10% do total da usina.
A participação privada,
antes de mais de 50% do projeto, será reduzida para
22,5%, dos quais 10% destinados aos autoprodutores.
CONSTRUTORAS
Já as construtoras, que anteriormente tinham 40% do
consórcio, reduzirão sua participação para 12,5%. Pelas
regras do edital, empresas do
setor de construção não podem ter mais de 20% de participação no investimento.
Originalmente, o consórcio Norte Energia tinha participação de sete empreiteiras:
Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior,
Serveng, J.Malucelli Construtora, Contern Construções e
Cetenco Engenharia. Agora,
serão oito, com a OAS.
Todas terão sua participação reduzida, mas abocanharão contratos das obras civis,
orçadas entre R$ 19 bilhões e
R$ 25 bilhões. Alguma das
três grandes construtoras
que estudam há 15 anos o
projeto (Andrade Gutierrez,
Camargo Corrêa e Odebrecht) deverá entrar nas
obras civis.
Tudo indica que será a Andrade, já que Camargo e Odebrecht abandonaram a disputa antes do leilão, em abril.
Investidores privados de
peso, como Gerdau, CSN e
Braskem, que negociavam
sua participação como autoprodutores, ficaram de fora.
A documentação da Sociedade de Propósito Específico
(SPE), que será responsável
pela construção e pela operação da usina, deverá ser entregue hoje à Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica), antecipando em três dias
o cronograma original.
Texto Anterior: Foco: Loja "verde" usa luz natural e reaproveita água de chuva Próximo Texto: Pesquisador do ITA fala em prejuízo de US$ 8 bi Índice
|