São Paulo, terça-feira, 13 de julho de 2010

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Criador da "Playboy" quer tirar empresa da Bolsa de Valores

Hugh Hefner oferece US$ 185 milhões pela companhia, que vem perdendo espaço com disputa com a internet

"Playboy" teve seu auge de vendas na década de 1970 e hoje a maior parte do lucro vem do licenciamento da marca
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Hugh Hefner, o criador da "Playboy", fez uma oferta de US$ 185 milhões para tornar privada a Playboy Enterprises, a empresa que edita a famosa revista, o site e também os canais de TV do grupo.
A oferta surgiu poucas horas antes de a rival Penthouse anunciar que também pretende fazer uma proposta pelo grupo de entretenimento.
Em carta ao conselho de diretores, Hefner, 84, disse que não irá aceitar nenhuma oferta pela sua participação na empresa. Ele é dono de 70% das ações com direito a voto e de 28% dos papéis sem direito a voto.
A oferta de Hefner, feita em conjunto com o fundo de "private equity" (de compra de empresas) Rizvi Traverse Management, oferece um valor pela ação da Playboy Enterprises cerca de 40% maior do que o de sexta-feira.
Ontem, com o anúncio da proposta, as ações da companhia subiram 41% na Bolsa de Nova York -em um dia de pequena alta nos mercados norte-americanos.
O Rizvi Traverse Management tem fortes ligações com Hollywood, incluindo investimentos no Summit Entertainment, o estúdio responsável pelos filmes da saga "Crepúsculo".
A "Playboy", fundada em 1953, teve seu auge na década de 1970 e vem sofrendo nos últimos anos para se manter lucrativa, com a queda no mercado publicitário (devido à crise) e as alternativas gratuitas na internet.
A sua venda chegou a ser negociada em 2009, mas as conversas fracassaram.
A revista vendeu cerca de 311 páginas de anúncio no ano passado, menos da metade das 765 negociadas em 2000. E a sua circulação, que chegou a 7 milhões de exemplares no mercado dos EUA, hoje ronda 1,5 milhão.
As suas ações alcançaram o pico de US$ 32, em 1999, quando havia a expectativa de que ela iria aproveitar o crescimento da internet para se expandir, mas, no ano passado, chegaram a valer US$ 2,30. Ontem, com a alta, ficaram cotadas a US$ 5,55.
Hoje em dia, apesar de a maior parte da receita vir das vendas da revista, a maioria do lucro vem do licenciamento da marca para produtos como lingeries e bebidas energéticas.
A unidade de licenciamento da empresa teve lucro de US$ 21 milhões no ano passado, seguida pela unidade de televisão, com US$ 9,9 milhões, e pela revista e pelo site, que tiveram ganhos de US$ 1,6 milhão.
A Playboy teve prejuízo de US$ 51,3 milhões em 2009, relacionada com os custos de demissões e a perda de valor de alguns de seus ativos.


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