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Criador da "Playboy" quer tirar empresa da Bolsa de Valores
Hugh Hefner oferece US$ 185 milhões pela companhia, que vem perdendo espaço com disputa com a internet
"Playboy" teve seu auge de vendas na década de 1970 e hoje a maior parte do lucro vem do licenciamento da marca
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Hugh Hefner, o criador da
"Playboy", fez uma oferta de
US$ 185 milhões para tornar
privada a Playboy Enterprises, a empresa que edita a famosa revista, o site e também
os canais de TV do grupo.
A oferta surgiu poucas horas antes de a rival Penthouse anunciar que também pretende fazer uma proposta pelo grupo de entretenimento.
Em carta ao conselho de
diretores, Hefner, 84, disse
que não irá aceitar nenhuma
oferta pela sua participação
na empresa. Ele é dono de
70% das ações com direito a
voto e de 28% dos papéis sem
direito a voto.
A oferta de Hefner, feita
em conjunto com o fundo de
"private equity" (de compra
de empresas) Rizvi Traverse
Management, oferece um valor pela ação da Playboy Enterprises cerca de 40% maior
do que o de sexta-feira.
Ontem, com o anúncio da
proposta, as ações da companhia subiram 41% na Bolsa
de Nova York -em um dia de
pequena alta nos mercados
norte-americanos.
O Rizvi Traverse Management tem fortes ligações com
Hollywood, incluindo investimentos no Summit Entertainment, o estúdio responsável pelos filmes da saga
"Crepúsculo".
A "Playboy", fundada em
1953, teve seu auge na década de 1970 e vem sofrendo
nos últimos anos para se
manter lucrativa, com a queda no mercado publicitário
(devido à crise) e as alternativas gratuitas na internet.
A sua venda chegou a ser
negociada em 2009, mas as
conversas fracassaram.
A revista vendeu cerca de
311 páginas de anúncio no
ano passado, menos da metade das 765 negociadas em
2000. E a sua circulação, que
chegou a 7 milhões de exemplares no mercado dos EUA,
hoje ronda 1,5 milhão.
As suas ações alcançaram
o pico de US$ 32, em 1999,
quando havia a expectativa
de que ela iria aproveitar o
crescimento da internet para
se expandir, mas, no ano
passado, chegaram a valer
US$ 2,30. Ontem, com a alta,
ficaram cotadas a US$ 5,55.
Hoje em dia, apesar de a
maior parte da receita vir das
vendas da revista, a maioria
do lucro vem do licenciamento da marca para produtos como lingeries e bebidas
energéticas.
A unidade de licenciamento da empresa teve lucro de
US$ 21 milhões no ano passado, seguida pela unidade de
televisão, com US$ 9,9 milhões, e pela revista e pelo site, que tiveram ganhos de
US$ 1,6 milhão.
A Playboy teve prejuízo de
US$ 51,3 milhões em 2009,
relacionada com os custos de
demissões e a perda de valor
de alguns de seus ativos.
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