Pesquisa diz que instituições financeiras elevarão prêmios para evitar fuga de talentos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pelo segundo ano consecutivo, as instituições financeiras de Nova York (EUA) elevarão os bônus pagos a seus executivos. É o que revela uma pesquisa feita pelo "Wall Street Journal".
O levantamento, realizado entre 35 empresas do ramo (corretoras, bancos de investimento, securitizadoras, entre outras) indica que 26 delas pagarão US$ 144 bilhões em prêmios, bônus e compensações aos executivos.
A cifra representa um aumento de 3,6% em relação ao ano anterior, quando os pagamentos somaram US$ 139 bilhões, um ano após a crise das hipotecas americanas derrubarem mercados em diversos países.
Ainda segundo o jornal, nesse período, o faturamento registrado pelas empresas pesquisadas deve aumentar 3%, passando de US$ 433 bilhões, em 2009, para US$ 448 bilhões, em 2010.
Os lucros, reduzidos com a crise entre 2008 e 2009, devem voltar ao patamar de 2008, atingindo US$ 61,3 bilhões. Mesmo assim, estarão 34,5% abaixo da marca de 2006 (US$ 82 bilhões).
No Citigroup, um dos bancos que esteve no epicentro da crise financeira nos EUA, estima-se que as receitas subam 4% e os bônus caiam 8%. Mas o banco é um caso atípico porque boa parte de seus ativos foi adquirida pelo governo americano, que hoje continua com 12%. A sociedade foi uma forma de evitar sua quebra.
Em outras instituições, como o Goldman Sachs e o Bank of America, haverá queda de receita e aumento do pagamento de executivos.

MOTIVOS
Apesar do aumento do nível de pagamento de prêmios e bônus, espera-se um decréscimo em 2011 devido à entrada em vigor das regras que pretendem impor limites aos recursos que as instituições financeiras poderão administrar, especialmente no mercado de derivativos.
Essa mudança forçará as instituições a reduzirem os prêmios pagos aos executivos para preservar o retorno a seus investidores.
Por enquanto, o que se vê em Wall Street, segundo a pesquisa, é um aumento dos bônus como forma de evitar a fuga de talentos. Ainda de acordo com as empresas consultadas, as grandes instituições estão perdendo seus executivos para grupos recém-criados de private-equity e hedge funds.
Essas empresas, que não são ligadas a bancos, veem suas receitas crescerem muito acima da média e pagam mais pelos executivos. No Blackstone Group, o faturamento deve subir 50%, e os prêmios, 12%. Na Fortress, serão quase 17% de alta nas receitas e 29% nos bônus.


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