São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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BC volta a intervir no câmbio futuro

Autoridade monetária anuncia operação que não fazia desde 2009, em dia que o dólar recuou 0,47%, para R$ 1,669

Mecanismo é conhecido como "swap cambial reverso" e equivale a comprar a moeda dos EUA no mercado futuro

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
EPAMINONDAS NETO
DE SÃO PAULO

O Banco Central anunciou que voltará a intervir no chamado mercado futuro de câmbio, do qual estava afastado desde maio de 2009.
Depois de fazer uma sondagem nos bancos, o BC anunciou que fará hoje um leilão de "swap cambial reverso". O lançamento desse título equivale a uma compra de dólares no mercado futuro. Serão 20 mil contratos, no valor total de US$ 1 bilhão.
O mercado futuro, no qual são negociados contratos de dólar, responde pela maior parte das transações com moedas no Brasil. O volume de recursos movimentados nesse segmento supera em cinco vezes o mercado à vista, no qual se negocia moeda em espécie.
Ontem, o dólar fechou em queda de 0,47%, cotado a R$ 1,669 (o BC fez o anúncio após o fechamento do mercado). A Bovespa caiu 1,27%.
Na semana passada, o BC havia criado um limite para a especulação dos bancos no mercado à vista. Diante disso, muitas instituições migraram para o mercado de contratos, com o mesmo objetivo, o que levou o governo a intervir nesse segmento.
Assim como acontece nas compras à vista, a operação no mercado futuro reduz o movimento de venda de moeda estrangeira e contribui para segurar o seu valor em relação ao real.
Diferentemente do que acontece nos negócios com moeda em espécie, no mercado futuro, o investidor só precisa desembolsar um percentual do valor do contrato, que equivale à variação do dólar em um determinado período, o que aumenta o potencial de especulação.
Na segunda, o governo já havia anunciado que vai reforçar seu poder de atuação no câmbio com recursos do Fundo Soberano do Brasil.
"Não consigo ver muita efetividade nessas medidas", diz André Nunes, presidente do grupo Fitta, especializado em câmbio.
O risco, segundo ele, é que o BC estimule uma parcela do mercado a especular contra a moeda para "testar" o banco oficial, hoje o único comprador de dólar na praça.


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