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Sob pressão, governo ajusta proposta de estatal de seguros
Ideia é limitar a atuação da empresa a áreas como setor naval
VALDO CRUZ
SOFIA FERNANDES
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O governo não vai desistir
de criar a estatal EBS (Empresa Brasileira de Seguros),
mas já providenciou ajustes
em sua proposta diante da
reação do setor, limitando a
área de atuação da empresa.
O texto original encaminhado à Casa Civil permitia
que a nova estatal atuasse
em qualquer área do setor de
seguros, como a de automóveis, o que foi visto pelas empresas privadas como uma
ameaça de concorrência por
parte do governo.
Segundo a Folha apurou,
o setor privado decidiu atacar a proposta por avaliar
que o governo estava indo
além do que havia prometido
quando lançou a ideia de
criar a estatal -de atuar apenas nos segmentos em que as
empresas privadas não operam, como financiamento de
grandes obras de infraestrutura e exportação.
A atuação da empresa deverá se concentrar em seguro
para crédito habitacional para a baixa renda, aquisição
de máquinas agrícolas, indústria naval e pequenas e
médias empresas.
O governo quer garantir o
seguro das obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), da Copa de
2014 e da Olimpíada de 2016.
O governo atribui a uma
falha técnica a redação que
permitia à EBS operar em todos os segmentos e mandou
retirar esse trecho da minuta
de medida provisória, que
pode ser encaminhada ao
Congresso em agosto.
Ontem, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) afirmou
que o governo não desistirá
de criar a EBS. "Não vamos
voltar atrás, porque é uma
necessidade para o país."
Para apaziguar o setor, o
governo irá chamar as empresas de seguros, na próxima semana, para uma conversa. O ministro disse ainda
que a estatal vai atuar em
parceria com as seguradoras
privadas, mas afirmou que o
setor privado não está "dando conta" dos projetos.
As seguradoras contestam
o argumento. O presidente
da Aber (associação das empresas de resseguros), Paulo
Pereira, diz que o setor tem
condições de garantir a cobertura das grandes obras.
Segundo ele, o Brasil representa 1% do mercado mundial, com 81 empresas.
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