|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE PECUÁRIA
Touro de qualidade traz custo menor e produtividade maior
PAULO DE CASTRO MARQUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Está dada a largada para a
temporada de reposição dos
touros nas fazendas de corte
espalhadas pelo país.
As estatísticas não são
muito precisas, mas estima-se a venda de 50 mil reprodutores até o final do ano.
São machos com média de
dois anos de idade, nascidos,
portanto, em 2008, e prontos
para iniciar a cobertura do
impressionante rebanho de
fêmeas das mais diferentes
raças, especialmente de origem zebuína (nelore, brahman, guzerá e outras) e taurina (simental, angus e outras).
Estima-se que a pecuária
brasileira tenha mais de 50
milhões de fêmeas em idade
de reprodução e, dessa forma, prontas para acasalamento e produção de bezerros.
Considerando que cada
macho cobre, em média, 20
fêmeas e que há ainda a venda de mais de 4 milhões de
doses de sêmen de corte por
ano, são utilizados todos os
anos 2 milhões de reprodutores na pecuária brasileira.
Sem dúvida, está aí mais
um número espetacular da
atividade.
Os especialistas recomendam que um macho deva
permanecer em reprodução
durante cinco ou seis anos.
Depois desse tempo, a eficiência reprodutiva cai, gerando a consequente redução da produção de bezerros
por ano. Torna-se assim necessária a reposição de cerca
de 20% do plantel de machos
a cada ano.
O leitor mais atento percebe que 20% representam algo em torno de 400 mil reprodutores por ano. Mas como,
se a venda estimada é de 50
mil machos por ano?
Pois é. A verdade é que:
1) Os pecuaristas brasileiros estão estendendo, e muito, a utilização de machos na
reprodução;
2) Muitos criadores -e
aqui, infelizmente, está incluída a maioria- colocam
em reprodução animais sem
avaliação, sem qualidade genética.
O grande desafio da pecuária nacional nos próximos anos é avançar em termos de qualidade genética.
E tudo começa agora, com
a comercialização de machos
para reprodução.
Oferta há. E de excelente
qualidade. Um núcleo de selecionadores está fazendo o
trabalho mais difícil: colocar
genética aditiva e melhoradora à disposição das centenas de milhares de projetos
pecuários que ajudam a compor a pecuária brasileira.
Essa genética já está perfeitamente adaptada às condições do país e pronta para
ser multiplicada. E a preços
bastante atrativos para os
produtores.
Dependendo da raça, pode-se adquirir um reprodutor
de excelente padrão a partir
de R$ 4.000.
Se o criador fizer contas,
fará esse investimento de
olhos fechados, porque equivale de cinco a sete bezerros
de corte.
Como o touro gera mais de
cem bezerros em sua vida reprodutiva, é mais do que
compensador.
Infelizmente, porém, essa
é uma conta que somente os
pecuaristas profissionais fazem.
A grande maioria, infelizmente, ainda não se deu conta de que a compra de touros
de qualidade agora significa
redução de custos e aumento
da produtividade. Ou seja,
mais renda nas fazendas.
PAULO DE CASTRO MARQUES, empresário
e pecuarista, é proprietário da Casa Branca
Agropastoril, especializada na criação de
gado angus, brahman e simental sul-africano.
Texto Anterior: Commodities Argentina dobra mistura de biodiesel ao óleo diesel Próximo Texto: Energia: Nigéria diz que estatal de petróleo está falida Índice
|