São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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TAM agrada a minoritário por fusão com a LAN

Empresa brasileira propõe troca de ações por papéis da nova empresa

TAM pretende fechar capital; plano é de volta de papéis à Bolsa de SP como BDRs, negociados também no exterior


TONI SCIARRETTA
CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

Para viabilizar a fusão societária com a LAN, a TAM pretende fechar o capital e extinguir o registro de companhia aberta no Brasil.
A empresa vai fazer uma oferta pública para os acionistas minoritários trocarem suas ações pelos papéis da nova empresa, que será chamada Latam Airlines.
Esses papéis voltarão à BM&FBovespa sob a forma de BDR (recibos de ações estrangeiras), comuns de multinacionais com negócios no país. E serão negociados também no exterior.
As novas ações deverão ir para o Novo Mercado da BM&FBovespa, segmento de alta transparência e de respeito aos minoritários.
As duas empresas buscam agradar aos minoritários oferecendo a mesma relação de troca, seja o acionista controlador ou minoritário, ou com papel preferencial (sem voto) ou ordinário (com voto).
Cada ação da TAM será trocada por 0,9 ação da LAN.
A operação confere aos minoritários o mesmo prêmio recebido pelos controladores, algo só comum nas operações de fusão e aquisição entre empresas do Novo Mercado da BM&FBovespa .
O fechamento de capital no Brasil depende da adesão de 95% dos acionistas minoritários; sem isso, a empresa continuará listada no Brasil, apesar de o papel ter baixíssima liquidez.
Aparentemente, a operação não vazou no Brasil e foi divulgada com o mercado em plena atividade.
Os papéis PN da TAM estavam em baixa até as 16h20, refletindo o mau desempenho da empresa por conta dos resultados fracos no primeiro semestre -prejuízo de R$ 154,1 milhões no segundo trimestre; no mesmo período de 2009, havia lucrado R$ 555,1 milhões.
A partir das 16h20, o papel saltou cerca de 6% até encerrar o dia com valorização de 27%. A confirmação do negócio só aconteceu às 16h52, quando o comunicado oficial chegou à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Analistas dizem que a alta de 27% dos papéis da TAM na Bolsa brasileira no final do pregão foi um forte sinal de que a operação está sendo encarada como positiva.
E um indício de que os acionistas minoritários devem aprovar o negócio.
O banco BTG Pactual assessorou a TAM e o JPMorgan, a LAN. Segundo Antonio Corrêa Meyer, do escritório de advocacia Machado Meyer, que assessorou a TAM, a formatação da fusão durou pouco mais de dois meses. "As negociações são antigas; há muitos anos LAN e TAM são amigas e conversam sobre o assunto", disse.
Pelo lado da LAN, o escritório contratado foi o Pinheiro Neto.


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