São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2010

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Eike vende por US$ 700 mi 11% da mineradora MMX a coreanos

Empresário articula venda de 20% a 30% dos sete campos de exploração da OGX até outubro

Eike compara MMX à Vale; operação na bacia de Campos atingirá "no mínimo, US$ 7 bi", o que ele acha que é até pouco

PEDRO SOARES
CIRILO JUNIOR

DO RIO

O empresário Eike Batista anunciou ontem a venda de uma participação minoritária de 11% da mineradora MMX à coreana SK Networks por US$ 700 milhões.
Os recursos serão investidos na compra do porto do Sudeste (Itaguaí-RJ), da LLX, -empreendimento também de propriedade de Batista e por onde será escoado o minério de ferro produzido em Minas Gerais pela MMX.
A empresa coreana atua na comercialização de minério de ferro e outras commodities na Ásia e busca garantia de fornecimento de longo prazo do produto.
Para abrir espaço à SK, Batista cedeu a ela o direito de preferência no aumento de capital da MMX, a ser realizado até fim do ano para quitar a compra do porto.
Se os demais acionistas da mineradora aderirem à operação, serão captados até US$ 2,2 bilhões, incluindo o aporte da SK.
Os atuais acionistas da LLX receberão como pagamento até US$ 504 milhões em dinheiro ou em ações da MMX, e US$ 1,8 bilhões em debêntures -que terão remuneração anual de US$ 5 por tonelada de minério embarcado no porto.
Após a conclusão de todas as etapas da transação, Batista ficará com 35% da MMX, mas manterá o controle.
Não há acordo de acionistas prevendo gestão compartilhada da companhia de Eike nem com a SK, com 11% da empresa, nem com a siderúrgica chinesa Wisco, dona de 20% da mineradora. Os demais 34% das ações da mineradora MMX estão em circulação no mercado.
A Wisco investiu US$ 400 milhões na MMX em fevereiro, usados para abater dívidas da mineradora. Atualmente, a MMX produz 11 milhões de toneladas de minério de ferro -cerca de 3% da capacidade da Vale. A meta é atingir 46 milhões de toneladas em 2015.
Em construção, o porto escoará 50 milhões de toneladas anuais.
Apesar da distância, Batista disse ontem que o negócio faz da MMX "uma quase Vale". Abre ainda, diz, "uma autoestrada para o acesso ao mercado coreano" e permite integrar extração e logística de minério numa mesma empresa -modelo da Vale.

PETRÓLEO
Batista se prepara, porém, para fechar um negócio muito maior do que o que foi anunciado ontem.
O executivo articula a venda de 20% a 30% de participação dos sete campos de exploração de petróleo da OGX na bacia de Campos.
O empresário disse que a transação deve ser concluída em outubro e será de "no mínimo" US$ 7 bilhões -valor que considerou "pouco", dada a qualidade dos campos.
Afirmou ainda que "todas as grandes petroleiras do mundo" estão de olho nos blocos e confirmou negociações com as estatais chinesas CNOOC e Sinopec.


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