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commodities
Brasil evita maldição das commodities
Para o Banco Mundial, país é bom exemplo de vocação agrícola que conseguiu diversificar a atividade econômica
Instituição derruba tese de que alta participação de produtos primários na economia prejudica
o desenvolvimento
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
A "maldição das commodities" -teoria que aponta a
abundância de matérias-primas como fator adverso ao
crescimento econômico- é
um risco para a América Latina, mas pode ser evitada.
A conclusão é de estudo
lançado ontem pelo Banco
Mundial, em São Paulo.
A recente volatilidade nos
preços das commodities e o
elevado volume de exportação de itens básicos pelo Brasil têm sido apontados como
algumas das razões para a
apreciação cambial e o consequente aumento das importações de manufaturas.
Esse cenário gera o temor
de ocorrência da doença holandesa no país -teoria que
aponta a valorização da moeda local como fator inibidor à
produção de produtos industrializados, devido ao aumento das importações.
No entanto, o economista
principal do Banco Mundial
e coautor do estudo, John
Nash, aponta o Brasil como
um bom exemplo de país de
vocação agrícola que tem
conseguido diversificar a sua
atividade econômica.
"Na década de 60, o café
representava 53% da pauta
de exportações brasileira.
Em 2006, o minério de ferro
era a principal commodity da
cesta de exportações do Brasil e equivalia a 7% do total",
afirmou Nash.
"Na Venezuela, aconteceu
o oposto. Houve um processo
de concentração", acrescentou. Em 1962, o petróleo respondia por 67% das vendas
externas. Em 2006, esse percentual saltou para 92%.
Segundo ele, a diversificação ajuda a atenuar a influência da volatilidade das
commodities -que aumentou na última década devido
à maior demanda dos emergentes- no câmbio.
Por essa razão, a diversificação da atividade econômica, ainda que mais limitada
ao setor primário, é apontada
pelo Banco Mundial como
caminho para transformar a
"maldição" em "benção".
LIÇÃO DE CASA
Em "Recursos Naturais na
América Latina", o Banco
Mundial aponta a necessidade de formação de uma poupança de longo prazo para
converter parte da renda obtida com recursos naturais
em outras formas de capital.
Outra prática relevante é a
formação de fundos de estabilização, para gerar uma
poupança para gerações futuras e juntar recursos que
possam suavizar períodos de
volatilidade de preços.
O modelo seria semelhante ao fundo do pré-sal que está sendo criado no Brasil.
A última tarefa recomendada pelo banco para evitar a
"maldição das commodities"
é a garantia de instituições
sólidas e independentes.
Segundo Francisco Ferreira, economista do Bird, pressões políticas e econômicas
para que a renda com as
commodities seja gasta rapidamente prejudicam os países latinos-americanos que
se destacam na área.
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