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MERCADO ABERTO
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
"Governo Dilma vai ser amigável
com a iniciativa privada", diz Bradesco
"O governo Dilma será um
governo amigável com a iniciativa privada e o empreendedorismo. Será democrático e defensor das liberdades
individuais." A opinião é de
Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.
Trabuco quase completou
o "circuito Elizabeth Arden"
em apenas 72 horas, nos últimos dias.
Ao inaugurar sedes "mais
amplas e modernas", nos
centros financeiros de Luxemburgo, Londres e Nova
York, o presidente do banco
encontrou-se com cerca de
400 pessoas, entre investidores, acionistas e analistas.
A preferida de Lula agrada
aos investidores internacionais, que estão bem informados sobre o país, diz Trabuco.
"Na visão deles, a presidente eleita saiu das amarras
do marketing político, revelando-se uma executiva com
perfil de gestora competente", conta Trabuco.
"Vários deles me disseram
que a veem de forma muito
positiva. Consideram que
Dilma é objetiva no trato dos
temas, encarando de frente
qualquer assunto", relata.
Segundo Trabuco, os investidores notaram até a sensibilidade política da ex-ministra. "Eles perceberam que
a presidente tem habilidade
política para lidar com interesses de partidos da base, o
que será crucial na administração de uma maioria política no Congresso."
Com relação a perguntas
sobre a composição do novo
governo, Trabuco disse ter
recomendado "não exagerar
no jogo de especular sobre
nomes". Para o presidente do
Bradesco, "as especulações
são nuvens que mudam conforme o vento. Melhor segurar a ansiedade e esperar a
definição, até porque não há
motivo de urgência".
Para os investidores com
quem conversou, o governo
Dilma vai manter o tripé câmbio flutuante, metas de inflação e disciplina fiscal.
A expectativa, conta Trabuco, é que o Brasil continue
a crescer puxado pelo mercado interno e o aumento de investimentos externos.
O presidente do banco
contou que já esperava um
interesse maior pelo país,
mas que se surpreendeu com
perguntas de seus interlocutores sobre praticamente todos os setores da economia.
"Vários deles
[investidores
internacionais] me
disseram que veem
Dilma de forma
positiva. Consideram
que ela é objetiva,
encarando de frente
qualquer assunto"
CORRIDA POR REAVALIAÇÃO
O salto na valorização do
mercado imobiliário nos últimos anos deve promover, a
partir do próximo ano, uma
busca por reavaliação dos
preços de imóveis onde funcionam agências bancárias,
segundo a consultoria Binswanger Brazil.
Em 2001, com o objetivo de
cumprir uma resolução do
Banco Central, que reduziu a
parcela mínima de ativos
imobilizados, muitas instituições financeiras venderam as suas agências a investidores privados e passaram
a alugá-las, de acordo com
a consultoria.
Uma das condições dos
contratos era que as locações
fossem mantidas por, no mínimo, dez anos, apenas com
a correção do aluguel pelo
IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), explica Rafael Camargo, sócio-diretor
da Binswanger.
"Como os contratos começam a vencer em 2011 e a explosão de valores do mercado imobiliário superou o reajuste pelo índice de inflação,
os investidores vão correr para reavaliar seus ativos", afirma Camargo.
HSBC fecha a primeira operação em yuan no Brasil
O HSBC fechou a primeira
operação em moeda chinesa
no mercado brasileiro. O pagamento em yuans, cujo valor não foi informado, foi feito pelo grupo Tellerina, proprietário da Etna e da Vivara,
entre outras empresas.
Com a transação no Brasil,
o HSBC tornou-se o único
banco internacional com fechamento comercial em
moeda chinesa, em todos os
continentes.
Para a empresa, há a vantagem da economia e da facilidade de fazer apenas o câmbio para yuan, sem passar
pela conversão em dólar.
"Mais do que isso, é importante ter um banco que possibilite o pagamento em yuans
porque isso facilita muito a
relação comercial", afirma
Rodrigo Caramez, diretor do
HSBC no Brasil.
A autorização final do governo chinês saiu em junho.
"Em cinco meses montamos operações em 33 países
porque nos valemos da forte
presença do HSBC na China.
Colocamos cinco brasileiros
lá", conforme o executivo.
A estratégia do banco foi
focar de início companhias
de médio e grande porte. Depois virão as menores. Outra
operação já está para sair, segundo ele.
O Brasil é um dos dez
maiores parceiros comerciais
da China. "Há cerca de cinco
anos, não estava na lista."
Vernissage A editora Zahar lança "Arte & Dinheiro",
de Katy Siegel e Paul Mattick,
com prefácio do economista
Gustavo Franco. O livro organiza os capítulos como se fossem salas de uma exposição,
onde são mostradas obras de
arte que abordam o dinheiro.
Há artistas que retratam ou
usam o "vil metal", outros refletem sobre seu caráter abstrato. Há fotos de trabalhos de
Andy Warhol e Cildo Meireles.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES
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