São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011 |
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FOCO Preço alto do aluguel cria a "tribo do rato" em Pequim DE PEQUIM Com sapatos polidos e roupa bem passada, Liu Zedong, funcionário do ICBC, o maior banco da China, espera a Folha na entrada de um condomínio de classe média onde mora, no centro de Pequim. Mas, para chegar à sua casa, é preciso percorrer um labirinto subterrâneo de corredores malcheirosos. Liu, 49, é um dos centenas de milhares de moradores de Pequim -a maioria migrantes de área rurais- que, por causa do preço dos aluguéis, vivem sob a superfície, em construções clandestinas ou abrigos antiaéreos. São chamados de a "tribo do rato". A casa de Liu tem 6 m2. Ali, só cabe a cama, uma mesa e a TV -o banheiro é compartilhado com mais 50 pessoas. O aluguel é de R$ 101, ou 26,5% do seu salário, de R$ 380, que ganha para trabalhar na manutenção. Alguns metros sobre seu teto, o prédio é um sonho impossível para Liu: o aluguel custa mais do que ganha. O preço dos imóveis e dos aluguéis é um dos principais motores da inflação. O governo toma medidas para acalmar o mercado, mas a chegada de migrantes às cidades mantém a demanda alta. Há ainda os moradores de abrigos antiaéreos, estimados em 1 milhão de pessoas pela Prefeitura de Pequim. Cerca de 60% dos 5.300 abrigos estão ocupados. O governo já anunciou que retirará os moradores por causa da falta de segurança, mas ainda não sabe onde colocará tanta gente. (FM) Texto Anterior: Commodities reduzem superavit chinês Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros |
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