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Euro forte ocultou crise, diz presidente da União Europeia
Belga afirma que bloco de 16 países esteve à beira da dissolução no mês passado
DO "FINANCIAL TIMES"
Herman Van Rompuy,
presidente da União Europeia, culpou a força do euro
nos últimos anos por ter cegado a zona do euro quanto
aos problemas fiscais subjacentes de que sofria.
Ele também criticou os
mercados financeiros por
reagirem de maneira exagerada a essas dificuldades
econômicas e por se deixarem influenciar demais por
"boatos e preconceitos".
Ele disse que "os mercados
foram indulgentes demais na
primeira década [do euro],
mas agora, muitas vezes, reagem de forma excessiva a pequenos incidentes."
"O que houve de errado
não foi o que aconteceu agora. O que houve de errado foi
o acontecido nos 11 primeiros
anos da história do euro. De
certa maneira, fomos vítimas
de nosso sucesso."
"O euro se tornou uma
moeda forte com "spreads" de
taxas de juros muito pequenos [sobre os títulos do governo]. Era como uma espécie de pílula para dormir, alguma espécie de droga. Não
estávamos cientes dos problemas subjacentes."
Van Rompuy disse que o
bloco de 16 nações esteve à
beira da dissolução no mês
passado, o que poderia ter
causado uma crise mundial.
Mas os líderes europeus
agora compreendem que para avançar é preciso implementar reformas econômicas
necessárias, ainda que politicamente impopulares, como
a abertura dos mercados de
trabalho e a elevação da idade de aposentadoria. Van Rompuy reconheceu
que os mercados haviam desempenhado papel útil desde que irrompeu a crise grega, para identificar pontos
fracos na governança econômica da zona do euro.
Mas apoiou vigorosamente uma regulamentação mais
severa dos mercados financeiros, especialmente as
agências de classificação de
crédito e os mercados de derivativos -medidas que estão sendo preparadas pelas
autoridades da UE.
Ele declarou ainda que os
mercados financeiros contribuíram para a crise na região
por se provarem brandos demais com os governos irresponsáveis em termos fiscais
nos anos posteriores à criação do euro, em 1999.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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