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commodities
MG terá fábrica de fertilizante, diz Lula
Unidade de amônia da Petrobras será instalada em Uberaba e viabiliza construção de gasoduto no Estado
Projeto abre debate sobre o preço do gás para o projeto; custo inviabilizou projetos privados até agora
RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A QUELUZITO (MG)
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva confirmou que
a Petrobras vai construir uma
fábrica de amônia em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Será a terceira fábrica do
tipo da estatal. A planta viabiliza financeiramente a
construção de um gasoduto
de 240 km no Estado, ligando
São Carlos (SP) a Delta (MG),
cidade próxima a Uberaba.
O presidente disse que o
investimento na produção de
amônia representa uma "revolução" na fabricação de
fertilizantes no Brasil.
Ele reclamou que o Brasil
importa 80% do fertilizante
que consome. No caso da
ureia -que, segundo Lula,
também terá uma fábrica da
Petrobras- a importação é
de 100%.
"A Petrobras, que há cinco
anos dizia que não podia fazer, agora, depois do Plangás
[Plano de Antecipação da
Produção de Gás], já está dizendo: "eu posso fazer", para
que nos próximos quatro ou
cinco anos a gente tenha independência e não precise ficar dependente de comprar
ureia da Rússia ou de outro
país qualquer", disse Lula.
Lula anunciou a fábrica
em discurso durante a inauguração da gasoduto Gasbel
2, que liga Volta Redonda
(RJ) a Queluzito (MG), a 131
km de Belo Horizonte. Construído pela Petrobras, o gasoduto servirá às indústrias da
região metropolitana de BH e
do Vale do Aço.
Já o gasoduto que levará
combustível à fábrica de
amônia será construído pela
Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
Segundo a estatal mineira
de energia, o gasoduto até o
Triângulo Mineiro é um plano antigo, mas que só se tornará possível com a demanda da nova unidade da Petrobras. A Cemig espera estendê-lo até Uberlândia e Araxá.
Sem valores confirmados,
a unidade será o quarto gasoduto de transporte de Minas,
o primeiro integralmente
construído pela Cemig.
PREÇO DO GÁS
Minas já tem o Gasbel 1,
que liga Duque de Caxias (RJ)
a Betim (MG). Agora há o
Gasbel 2.
Ambos são da Petrobras.
Há ainda o gasoduto Sul de
Minas, entregue em janeiro
pela estatal, ligando Paulínia
(SP) a Jacutinga (MG). A Cemig o estendeu até Poços de
Caldas (MG).
A decisão da Petrobras de
construir uma fábrica de
amônia abrirá discussão no
setor químico brasileiro sobre qual a política de preço
do gás natural a estatal usará
para si mesma.
Essa mesma política adotada pela estatal tem inviabilizado uma série de projetos
para uso do gás como matéria-prima, exatamente o que
a estatal fará agora.
A Fosfertil, antes de ser assumida pela Vale, criticou a
falta de gás a preços competitivos para a construção de
uma unidade igual a anunciada pela estatal. O projeto
previa investimentos de US$
1,5 bilhão a US$ 1,7 bilhão.
O setor químico brasileiro
chegou a dizer que a falta de
gás natural trava investimentos de US$ 3 bilhões de 19
companhias do setor químico no país.
Colaborou AGNALDO BRITO
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