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Frio faz Argentina cortar gás de indústrias
Crise pode restringir distribuição a 1.800 postos de combustível que vendem GNP
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
Parte da indústria argentina que usa gás natural como
combustível sofreu um corte
total no abastecimento em
razão das baixas temperaturas registradas na região central do país.
O frio elevou o consumo de
gás em moradias e pequenos
comércios -que usam calefação-, obrigando as distribuidoras a suspender o fornecimento a cerca de 300
unidades do setor metalúrgico, cerâmico, alimentício,
entre outros.
Algumas das fábricas recebem apenas a quantidade
mínima para manter os fornos de produção acesos.
Parte dessas indústrias já
vinha recebendo apenas metade do que necessitam nas
últimas semanas.
As companhias estimam
que os cortes devem ser ainda maiores, caso o inverno
seja rigoroso.
Desde o último fim de semana, o país registra temperaturas negativas na região
central do país e na Grande
Buenos Aires, onde vive a
maior parte da população. A
previsão é de que amanhã seja o dia mais frio do ano.
A UIA (União Industrial
Argentina) afirmou que a
medida já está prejudicando
a produção das empresas e
pediu ao governo para evitar
a concentração dos cortes no
setor industrial.
Uma alternativa seria restringir também a distribuição
aos 1.800 postos de combustível que vendem GNP (gás
natural comprimido). Cerca
de 20% da frota nacional é
movida a gás.
A Enargas, órgão estatal
que regula o setor, admitiu
que o frio exigiu cortes também em empresas que têm
contrato firme -que cobram
mais caro pela suposta garantia de abastecimento.
A distribuição de GNP, no
entanto, está garantida, segundo a Enargas.
Atualmente a oferta de gás
no país deixa de atender cerca de 15% da demanda e tem
perspectivas negativas. As
reservas se esgotam enquanto o crescimento econômico
exige mais combustível.
Anteontem, a demanda
por energia elétrica bateu recorde e provocou cortes em
bairros de Buenos Aires. Usinas elétricas que funcionam
a gás tiveram de ser abastecidas com óleo diesel.
Há alguns anos, especialistas apontam que a falta de
investimentos poderia gerar
crises. Eles sugerem a diversificação da matriz energética como uma solução para o
problema.
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