São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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Frio faz Argentina cortar gás de indústrias

Crise pode restringir distribuição a 1.800 postos de combustível que vendem GNP

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

Parte da indústria argentina que usa gás natural como combustível sofreu um corte total no abastecimento em razão das baixas temperaturas registradas na região central do país.
O frio elevou o consumo de gás em moradias e pequenos comércios -que usam calefação-, obrigando as distribuidoras a suspender o fornecimento a cerca de 300 unidades do setor metalúrgico, cerâmico, alimentício, entre outros.
Algumas das fábricas recebem apenas a quantidade mínima para manter os fornos de produção acesos.
Parte dessas indústrias já vinha recebendo apenas metade do que necessitam nas últimas semanas.
As companhias estimam que os cortes devem ser ainda maiores, caso o inverno seja rigoroso.
Desde o último fim de semana, o país registra temperaturas negativas na região central do país e na Grande Buenos Aires, onde vive a maior parte da população. A previsão é de que amanhã seja o dia mais frio do ano.
A UIA (União Industrial Argentina) afirmou que a medida já está prejudicando a produção das empresas e pediu ao governo para evitar a concentração dos cortes no setor industrial.
Uma alternativa seria restringir também a distribuição aos 1.800 postos de combustível que vendem GNP (gás natural comprimido). Cerca de 20% da frota nacional é movida a gás.
A Enargas, órgão estatal que regula o setor, admitiu que o frio exigiu cortes também em empresas que têm contrato firme -que cobram mais caro pela suposta garantia de abastecimento.
A distribuição de GNP, no entanto, está garantida, segundo a Enargas.
Atualmente a oferta de gás no país deixa de atender cerca de 15% da demanda e tem perspectivas negativas. As reservas se esgotam enquanto o crescimento econômico exige mais combustível.
Anteontem, a demanda por energia elétrica bateu recorde e provocou cortes em bairros de Buenos Aires. Usinas elétricas que funcionam a gás tiveram de ser abastecidas com óleo diesel.
Há alguns anos, especialistas apontam que a falta de investimentos poderia gerar crises. Eles sugerem a diversificação da matriz energética como uma solução para o problema.


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