São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Para Ferreira, tributação no Brasil já é muito elevada Presidente da Vale diz que royalty tem de ser discutido em contexto amplo Executivo diz que empresa prefere diálogo franco ao falar sobre suposta ingerência política DA ENVIADA AO RIO Leia a continuação da entrevista com Murilo Ferreira.   Folha - Qual a sua opinião sobre o aumento de royalties? Murilo Ferreira - Não gosto de discutir isso desassociado do que se paga em tributação. Somos competitivos ou não? A Vale compete principalmente com Austrália e Índia. Pagamos no ano passado R$ 750 milhões de royalties. Não posso dizer se 1% ou 2% é pouco. A carga tributária é muito elevada no país. Fábricas fecharam ou foram transferidas. Já fomos líderes em alguns setores, como na produção de sapatos. Perdemos competitividade. Espero que outros impostos sejam reduzidos para manter nossa posição importante. Como o sr. responde à crítica de ingerência política na Vale? É preciso entender o ambiente político em que se vive, ter o diálogo franco. Não pode achar que se está numa ilha da fantasia, em que as coisas são dissociadas. E a siderurgia? Nós éramos grandes supridores de minério de ferro da indústria siderúrgica brasileira. Em 2005, fornecíamos 70% do minério de ferro da indústria brasileira, hoje são 50% e estamos indo para 29% em 2014. Acho que devemos recuperar esse market share. O mercado local é muito importante. A Austrália não tem indústria siderúrgica forte e quando vem a crise ela fica dependente do mercado externo. Tendo mercado interno forte, aquela porção já está preservada. Não há excedente? Uma empresa como a Posco, na Ásia, está vindo para o Brasil. Vem porque acha que o Brasil está crescendo. Analistas de Vale condenam ideia de a Vale competir para quem vende... O mercado mundial hoje é 1,5 bilhão de toneladas. Se fizéssemos projetos, todos dão 8 milhões de toneladas. Não é importante no mundo. Se falassem que estamos entrando com 200 milhões de toneladas, 400 milhões... Isso é raciocínio desprovido de uma avaliação matemática. Texto Anterior: Lançamentos Próximo Texto: Empresa muda estilo, mas não de estratégia Índice | Comunicar Erros

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