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folhainvest
Analistas mantêm apostas em bancos
Apesar da crise do PanAmericano, especialistas veem perspectivas positivas para ações do setor bancário
Para investidor com perfil conservador, papéis de instituições grandes são os mais indicados para compra
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
A quase quebra do banco
PanAmericano foi um caso
pontual, e as perspectivas
para as ações do setor bancários continuam muito positivas, afirmam analistas.
O cenário de curto prazo,
no entanto, tende a continuar volátil, principalmente
para os bancos menores.
"O mercado está sensível,
mas os fundamentos do setor
são sólidos. A queda das
ações pode criar boas oportunidades de compra", diz João
Augusto Sales, analista de
bancos da consultoria Lopes
Filho & Associados.
O IFNC, índice composto
apenas por ações do setor financeiro, acumula alta de
15,26% em 2010, bem acima
da valorização de 2,59% do
Ibovespa, índice que inclui
os papéis mais negociados
na Bolsa.
Segundo o analista-chefe
da SLW Corretora, Pedro Galdi, há espaço para as ações
de banco continuarem subindo em 2011.
"A gente tem um cenário
em que o PIB brasileiro cresce 7,5% neste ano e entre 4%
e 5% nos próximos cinco
anos. É um cenário de expansão de emprego, renda e consumo. Isso tudo bate direto
nos bancos. Então, o setor
tem uma capacidade grande
de capturar esse momento
positivo", diz Galdi.
Apesar das projeções otimistas, o analista-chefe da
SLW afirma que é preciso
analisar o perfil de cada instituição antes investir.
"Os bancos menores têm
nichos próprios de atuação e
embutem risco maior. No dia
seguinte ao anúncio [do
aporte no PanAmericano],
houve uma clara migração
dos investimentos em ações
de bancos pequenos para os
papéis de bancos grandes".
PROVISÕES
Segundo Sales, da Lopes
Filho, provavelmente os bancos maiores que compraram
carteiras de crédito do PanAmericano terão que fazer provisões contra perdas.
Ele explica que, ao vender
a carteira para outro banco, o
PanAmericano continua gerenciando esses empréstimos e repassa para o comprador as parcelas pagas pelo
devedor.
"Se o PanAmericano vendeu a mesma carteira para
mais de um banco, então algum ficou sem lastro. Certamente foram os grandes bancos que compraram, mas não
sabemos quais compraram o
quê. Nos balanços do quarto
trimestre, já deve aparecer alguma coisa", afirma.
Ainda assim, Sales não vê
risco de os bancos maiores
serem afetados pelo rombo
do PanAmericano, já que
possuem grandes lucros.
O analista considera que
as ações do Itaú e do Bradesco devem subir cerca de 25%
em 12 meses, enquanto as do
Banco do Brasil e do Santander devem avançar entre 15%
e 20% no mesmo período.
Sales também vê oportunidades interessantes entre os
banco médios, mas ressalta
que a volatilidade e o risco
são maiores. Na sua opinião,
as ações de Banrisul, Bic
Banco e Pine podem subir de
15% a 35% no próximo ano.
"Um investidor mais conservador deve privilegiar papéis de grandes instituições", observa.
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