São Paulo, segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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Analistas mantêm apostas em bancos

Apesar da crise do PanAmericano, especialistas veem perspectivas positivas para ações do setor bancário

Para investidor com perfil conservador, papéis de instituições grandes são os mais indicados para compra

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

A quase quebra do banco PanAmericano foi um caso pontual, e as perspectivas para as ações do setor bancários continuam muito positivas, afirmam analistas.
O cenário de curto prazo, no entanto, tende a continuar volátil, principalmente para os bancos menores.
"O mercado está sensível, mas os fundamentos do setor são sólidos. A queda das ações pode criar boas oportunidades de compra", diz João Augusto Sales, analista de bancos da consultoria Lopes Filho & Associados.
O IFNC, índice composto apenas por ações do setor financeiro, acumula alta de 15,26% em 2010, bem acima da valorização de 2,59% do Ibovespa, índice que inclui os papéis mais negociados na Bolsa.
Segundo o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, há espaço para as ações de banco continuarem subindo em 2011.
"A gente tem um cenário em que o PIB brasileiro cresce 7,5% neste ano e entre 4% e 5% nos próximos cinco anos. É um cenário de expansão de emprego, renda e consumo. Isso tudo bate direto nos bancos. Então, o setor tem uma capacidade grande de capturar esse momento positivo", diz Galdi.
Apesar das projeções otimistas, o analista-chefe da SLW afirma que é preciso analisar o perfil de cada instituição antes investir.
"Os bancos menores têm nichos próprios de atuação e embutem risco maior. No dia seguinte ao anúncio [do aporte no PanAmericano], houve uma clara migração dos investimentos em ações de bancos pequenos para os papéis de bancos grandes".

PROVISÕES
Segundo Sales, da Lopes Filho, provavelmente os bancos maiores que compraram carteiras de crédito do PanAmericano terão que fazer provisões contra perdas.
Ele explica que, ao vender a carteira para outro banco, o PanAmericano continua gerenciando esses empréstimos e repassa para o comprador as parcelas pagas pelo devedor.
"Se o PanAmericano vendeu a mesma carteira para mais de um banco, então algum ficou sem lastro. Certamente foram os grandes bancos que compraram, mas não sabemos quais compraram o quê. Nos balanços do quarto trimestre, já deve aparecer alguma coisa", afirma.
Ainda assim, Sales não vê risco de os bancos maiores serem afetados pelo rombo do PanAmericano, já que possuem grandes lucros.
O analista considera que as ações do Itaú e do Bradesco devem subir cerca de 25% em 12 meses, enquanto as do Banco do Brasil e do Santander devem avançar entre 15% e 20% no mesmo período.
Sales também vê oportunidades interessantes entre os banco médios, mas ressalta que a volatilidade e o risco são maiores. Na sua opinião, as ações de Banrisul, Bic Banco e Pine podem subir de 15% a 35% no próximo ano.
"Um investidor mais conservador deve privilegiar papéis de grandes instituições", observa.


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