|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Subemprego cai 37% desde 2003 e beneficia 348 mil
Crescimento da economia, boom da construção e formalização explicam menor subocupação, mas cenário pode piorar em 2011
PEDRO SOARES
DO RIO
O crescimento da economia e a maior formalização
do mercado de trabalho fizeram 348 mil pessoas cruzarem, de 2003 a 2010 (média
de janeiro a setembro), a
fronteira do subemprego nas
seis principais regiões metropolitanas do país, segundo
levantamento da Folha a
partir de dados do IBGE.
A subocupação caiu, nesse intervalo, 37%. De 2009 a
2010, a redução foi de 10%.
Nos mesmos períodos, o emprego cresceu em um ritmo
bem mais moderado: 19% e
3,5%, respectivamente.
Pelo conceito do IBGE, baseado em recomendação da
OIT (Organização Internacional do Trabalho), os subocupados são pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam e têm
disponibilidade para trabalhar mais tempo.
Os subocupados representavam 5,1% dos empregados
em 2003. O percentual caiu
para 2,7% em 2010.
Eles têm representação
maior que a média da população ocupada nos grupos de
trabalhadores por conta própria, nos que não têm carteira e nos do setor de serviços
(sobretudo os domésticos).
A queda do subemprego se
deve, principalmente, à
maior formalização do mercado de trabalho, segundo
Thaís Marzolla Zara, economista da consultoria Rosenberg & Associados.
Em 2003, 39% da força de
trabalho no setor privado era
formal. Esse percentual passou para 46% em 2010.
Para Fábio Romão, a formalização se irradiou por vários setores graças ao crescimento dos últimos anos
-que sofreu um revés com a
crise em 2009, mas não atingiu de modo significativo o
mercado de trabalho.
RENDA MAIOR
A redução do subemprego, avalia, ocorreu na esteira
do melhor desempenho do
rendimento e do emprego
dos setores que concentravam mais trabalhadores informais: construção civil e
serviços domésticos.
Zara diz que a adesão de
micro e pequenas empresas
ao regime tributário diferenciado do Simples e as ofertas
públicas iniciais de ações de
companhias de maior porte
também impulsionaram a
formalização e ajudaram a
reduzir o subemprego.
Outro ponto favorável foi o
crescimento do emprego na
indústria -que a partir de setembro já deu sinais de arrefecimento. "Talvez o cenário
positivo que permitiu a redução do subemprego não se
repita na mesma intensidade
em 2011", diz Romão.
Texto Anterior: Análise: Crise do PanAmericano pede reforma na política de crédito Próximo Texto: Folhainvest: Analistas mantêm apostas em bancos Índice | Comunicar Erros
|