São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Refeição fora de casa fica 16% mais cara

Aumento de preço de alimentos contribui para alta nos restaurantes; Rio, Santos e Brasília são as cidades mais caras

Vale-refeição médio pago aos trabalhadores brasileiros cobriu só 47% do preço cobrado nos restaurantes do país

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

O brasileiro gastou, em média, R$ 21,11 no ano passado para fazer uma refeição fora de casa com prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e cafezinho.
O valor é 15,98% superior aos R$ 18,20 apontados em estudo do ano anterior. Os dados são da Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador).
"O custo dos alimentos pressionou a inflação em 2010 e isso reflete também no preço das refeições fora de casa", afirma o presidente da Assert, Artur Almeida.
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou 2010 em alta de 5,91%.
O presidente da entidade ressalta que os alimentos ficaram 10,39% mais caros, contribuindo com 2,34 pontos percentuais na formação do IPCA. "Isso representa 40% do índice."
Segundo ele, a demanda crescente também contribuiu para o aumento dos preços das refeições.
"Há uma forte procura no país pelas refeições fora de casa, uma vez que a massa salarial tem aumentado."
O rendimento médio do trabalho foi de R$ 1.490,61 no ano passado, 3,8% a mais do que em 2009, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento mostra ainda que o vale-refeição médio pago aos trabalhadores brasileiros em 2010 cobriu apenas 47% do preço cobrado nos restaurantes do país.
O valor recebido da empresa estava em cerca de R$ 10 ao dia. Em 2009, a proporção era de 55%.
"Apesar de o mercado de trabalho estar em crescimento, com o ingresso de novos trabalhadores, as empresas ainda não oferecem o benefício no valor total para o empregado se alimentar."
Almeida lembra que há casos de categorias que recebem valores superiores.
"Isso ocorre porque têm um sindicato forte, o que infelizmente não é o caso da maioria dos trabalhadores."

POR REGIÃO
Na divisão por região do país, as refeições mais caras estão no Sudeste (R$ 22,19), no Centro-Oeste (R$ 21,21) e no Norte (R$ 19,96). Em seguida aparecem o Nordeste (R$ 18,95) e o Sul (R$ 18,20).
A cidade mais cara para comer fora de casa é o Rio (R$ 26,57), que apresentou um aumento de 30,25% entre 2010 e o ano anterior.
Os analistas da associação acreditam que isso se deve às novas obras em andamento na cidade, projetos da construção civil visando a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 e investimentos no pré-sal.
Na sequência, aparecem Santos (R$ 26,34), Brasília (R$ 22,77), Campinas (R$ 22,26) e a Grande São Paulo (R$ 21,72).
O levantamento foi feito entre 22 de novembro e 16 de dezembro, em 3.256 estabelecimentos que aceitam tíquete e vale-refeição.



Texto Anterior: Mercado Financeiro: União entre NYSE e Deutsche Börse cria maior Bolsa do mundo
Próximo Texto: Crédito e câmbio dão força ao comércio
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.