São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011 |
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Após tsunami no Japão, governo deve adiar novo pacote cambial Equipe econômica acredita que nível de incerteza agora é alto demais e que é melhor esperar Além do terremoto no Japão, também se mantém como motivo de preocupação a revolta política na Líbia VALDO CRUZ SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA A instabilidade do mercado internacional, agravada pelos problemas no Japão, deve levar o governo a suspender temporariamente o pacote de medidas cambiais, previsto para esta semana. A avaliação da equipe econômica é que o cenário econômico mundial pode se agravar nos próximos dias, principalmente por conta do risco de uma crise de energia no Japão de proporções difíceis de mensurar. A orientação do ministro Guido Mantega é aguardar o quadro internacional ficar mais claro para, então, tomar a decisão sobre o anúncio das medidas na área cambial, que chegou a ser planejado para a sexta-feira passada e foi adiado para esta semana. Agora, pode ficar para a próxima. Mantega deve tratar do tema nos próximos dias com a presidente Dilma Rousseff. Segundo um assessor de Dilma, existe uma preocupação grande com os reflexos da crise japonesa e a tendência é aguardar a situação ficar mais clara para tomar medidas. A avaliação é que já há turbulência suficiente nos mercados para correr o risco de adicionar novas, com medidas que envolvem a cotação da moeda estrangeira, referência para o faturamento de empresas exportadoras. As incertezas em relação aos desdobramentos no Japão vão desde o impacto para as commodities, como petróleo, ao fornecimento de insumos para as indústrias. O Japão é grande fornecedor de autopeças para o Brasil. Técnicos do governo destacam ainda que há outro fator que pode continuar provocando sérias turbulências na economia mundial: a crise na Líbia, que segue indefinida, deixando apenas de estar no centro do noticiário por causa do terremoto que atingiu o Japão. A equipe de Mantega vai continuar analisando o mercado cambial diariamente. Caso perceba que nem as turbulências serão suficientes para evitar uma valorização mais forte do real, o governo optará por baixar seu pacote cambial. Ontem, o mercado de câmbio refletiu o nervosismo provocado pelo risco de uma grave crise de energia nuclear no Japão. A taxa cambial chegou a encostar em R$ 1,68, mas caiu depois que exportadores aproveitaram a alta e entraram trocando divisas no mercado. O dólar comercial variou de R$ 1,679 a R$ 1,666, encerrando o dia com a cotação de R$ 1,668, alta de 0,3%. Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Terremoto pode afetar venda de minério Índice | Comunicar Erros |
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