São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

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Terremoto pode afetar venda de minério

Analistas falam em queda de preço e volume; exportação do produto ao Japão responde por 11% da receita da Vale

Por outro lado, tragédia deve elevar exportação de carne de frango; país é o 2º consumidor do produto brasileiro

NATÁLIA CANCIAN
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO
GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A tragédia no Japão deve afetar as exportações de minério de ferro, que representa metade do que é vendido pelo Brasil ao país.
A curto prazo, pode ocorrer um adiamento e até a suspensão dos embarques, já que a logística está prejudicada, avalia o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro.
A tragédia deve afetar os preços no mercado global. Pelo menos três siderúrgicas foram afetadas pelo desastre, o que pode provocar uma oferta adicional do minério no mercado "spot" (à vista).
"É possível que o minério que havia sido contratado por essas empresas seja direcionado ao mercado "spot", pressionando os preços [para baixo]", diz o analista de siderurgia do banco Sicredi, Carlos Kochenborger.
O impacto dessa desvalorização no próximo reajuste trimestral, no entanto, ainda é incerto. Para Jim Forbes, da PricewaterhouseCoopers, o efeito será diluído pelo novo modelo de precificação.
"Eventualmente, pode ocorrer uma queda na quantidade do que é exportado para o Japão", afirma Castro.
A Vale diz que, por enquanto, as operações estão mantidas. O Japão é o segundo maior importador global de minério e responde por 11% da receita da Vale. O produto representou 53% das vendas brasileiras ao país.

FRANGO
Como efeito inverso, a carne de frango pode ter aumento na exportação, diz a União Brasileira de Avicultura.
Segundo o presidente da entidade, Francisco Turra, os estoques japoneses baixos e a previsão de desabastecimento podem acelerar a necessidade de alimentos.
O Japão é o segundo maior consumidor de carne de frango do Brasil -comprou 386 mil toneladas em 2010.
Pelo lado das importações, a maior demanda do Brasil é no setor automotivo. O Japão é o primeiro no ranking das entradas de autopeças.
Apesar disso, Honda, Toyota e Nissan alegam um índice médio de 80% de nacionalização das peças e afirmam que a produção no país não será afetada.


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