São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011

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Em expansão, TIM enfrenta problemas

Com mais 17 mi de linhas em dois anos, operadora de celular tem dificuldades para absorver tantas chamadas

Justiça proíbe empresa de vender chips no Ceará até que instale equipamentos para atender consumidores

LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

Operadora de celular que registrou o maior crescimento nos últimos dois anos, a TIM enfrenta problemas após uma acelerada expansão.
Na sexta-feira passada, foi proibida de vender chips no Ceará, por decisão judicial, até que instale "equipamentos necessários e suficientes para atender às demandas dos consumidores".
Problemas como bloqueio de sinal e queda de chamadas também levaram a Justiça a suspender a comercialização de novas linhas no Rio Grande do Norte por 48 dias no início do ano.
A mesma medida foi usada pelo Procon de Florianópolis por dois dias em abril. Em Alagoas, deputados criaram uma CPI para apurar as constantes falhas da empresa.
O aumento dos problemas da TIM acompanha o crescimento da operadora. Com salto de 47%, teve acréscimo de 17 milhões de linhas celulares em sua rede entre abril de 2009 e abril de 2011.
A TIM ocupa o posto de terceira maior operadora do país, "colada" na Claro, que está na segunda posição.
O aumento no número de linhas é alavancado pela expansão dos pré-pagos e pelo investimento em promoções como Liberty e Infinity, que cobram R$ 0,25 por ligação feita para telefones da própria operadora.
Porém, segundo especialistas, a empresa enfrenta dificuldades para criar uma estrutura de rede capaz de absorver tantas chamadas, e com durações tão longas.
"A TIM tem planos muito agressivos, que fizeram crescer não só o número de clientes como os minutos de uso de cada um. A operadora acaba não tendo capacidade para esse tráfego", disse o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude.

RECLAMAÇÕES
De acordo com a Anatel, em dois anos a TIM passou do quarto lugar no ranking de reclamações das operadoras de telefonia móvel para a primeira posição (90 mil reclamações só neste ano).
Não é só a TIM que enfrenta problemas. As empresas de telefonia celular costumam figurar entre os primeiros lugares em reclamações de consumidores.
Reportagem da Folha em maio mostrou que, para resolver os problemas de qualidade em chamadas, as operadoras de celular teriam de investir R$ 50 bilhões para dobrar o número de antenas.


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