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Brasil concentra atenção em fórum chinês
Empresários discutiram possibilidades para que negócios na América Latina avancem além das commodities
País é principal "estudo de caso" para compras chinesas na região, que desde 2000 saltaram de US$ 5 bi para US$ 58 bi
FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM
Maior destino dos investimentos chineses e seu principal parceiro comercial na
América Latina, o Brasil acabou no centro das atenções
do fórum aberto ontem em
Pequim para discutir oportunidades de negócio entre o
gigante asiático e a região.
As compras chinesas na
região saltaram de US$ 5 bilhões, em 2000, para US$ 58
bilhões (cerca de R$ 99 bilhões) no ano passado.
Em painéis que discutiam
temas como a exploração de
recursos naturais, o comércio de commodities e os investimentos na América Latina, o Brasil foi o principal
"estudo de caso".
Um dos consensos do encontro é que, embora a presença da China esteja mais
visível do que nunca na América Latina, ainda está muito
concentrada na compra e em
projetos de commodities.
"Mais da metade dos investimentos na América Latina vai para o Brasil", disse
Gerardo Mato, do banco
HSBC. "Mas quase todo o investimento na América Latina é a soma de apenas três ou
quatro empreendimentos."
Zhang Liping, presidente
do Credit Suisse na China,
adotou linha semelhante ao
falar das aquisições chinesas
na América Latina, que registraram um recorde de US$ 10
bilhões neste ano.
Lembrou que o volume
praticamente se resumia à
compra de metade da petroleira argentina Bridas (US$
3,1 bilhões), de 40% do campo de petróleo Peregrino, na
bacia de Campos (US$ 3,07
bilhões) e de concessionárias
de energia espalhadas pelo
Brasil (US$ 1,73 bilhões).
No caso das aquisições no
Brasil, houve a ressalva de
que as transações nem passam pelo país, já que a venda
de Peregrino foi feita pela norueguesa Statoil e as concessionárias tinham controle de
empresas espanholas.
OTIMISMO
Mas predominou o tom de
otimismo para o futuro, e expressões como "enorme potencial" e "tremendas oportunidades" foram ouvidas
várias vezes ao longo do dia.
Foram mencionados sinais de mais investimentos,
principalmente no Brasil.
Um levantamento de Rodrigo Maciel, da consultoria
Strategus, mostra que há 150
empresas chinesas interessadas em investir no país, em
setores tão diversos como
equipamento para indústria
petroleira, montadoras, metalurgia e turbina eólica.
Maciel, que fez o levantamento por encomenda da
LLX, uma das companhias
do empresário Eike Batista,
diz que ao menos 20% dessas
empresas já montaram representação no país. "É muito
mais fácil vender o Brasil hoje em dia", diz o consultor,
desde 2001 atuando no país
asiático.
Um dos problemas apontados para a presença ainda
incipiente da China é a falta
de mecanismos, segundo
Chang Yunbo, executivo da
CCCC, uma das maiores
construtoras chinesas.
O número de participantes
do 2º Fórum Investidores
América Latina China (LA-CIF), que termina hoje, chegou a cerca de 500 pessoas,
que pagaram até US$ 4.000
para se inscrever.
Entre os patrocinadores do
evento, estavam o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Credit Suisse,
HSBC, BTG Pactual e BNP Paribas.
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