São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Mesmo com preço elevado, carne tem demanda

Demanda crescente por carne bovina em um momento de oferta reduzida de boi gordo para abate está dando um novo patamar aos preços do produto.
"Já se paga US$ 53 por arroba de boi e o mercado continua aceitando esses preços", diz Juan Lebrón, diretor-executivo da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores).
A arroba de boi, que vem com tendência de alta há várias semanas, atingiu R$ 92 ontem no mercado paulista.
Do lado da demanda, Lebrón disse que há uma contínua incorporação de novos consumidores no setor, devido ao aumento de renda.
Do lado da oferta, o país vem de um período de abate de matrizes que gerou forte redução na oferta de bezerros para confinamento ou engorda em pastos.
A conjugação desses dois fatores provoca "uma mudança no preço-limite da carne", segundo o diretor-executivo da associação.
A situação é tão confusa que "está difícil até para determinar a quantidade de gado confinado no país", diz o diretor-executivo da Assocon, entidade que realiza a Interconf, em Goiânia -evento para discutir os desafios do setor.
A situação está complicada, mas pode ficar mais ainda, na avaliação de Lebrón. De dezembro a fevereiro vai escassear ainda mais a oferta de bois, tanto os confinados como os procedentes de pastos.
Um dos grandes problemas da pecuária é obter um equilíbrio no setor, o que permitiria um investimento no rebanho. O cenário atual de oferta menor e de preços elevados poderia incentivar esses investimentos, mas o pecuarista está preocupado com a solidez das indústrias, diz ele.
Houve uma grande concentração de frigoríficos no setor, mas agora é hora de uma gestão mais clara dessas empresas. Sem segurança, o pecuarista não se sente seguro para investir.

Mãos no bolso Os usuários de milho devem torcer para que as condições de safra e de oferta continuem normais. Em um cenário de escassez, os preços poderiam alcançar níveis próximos aos da paridade de importação, mostra a consultoria Céleres.

Quanto vale Tomando como referência os valores de sexta em Chicago, BM&FBovespa, prêmios de exportação em Paranaguá e em Buenos Aires, em março de 2011, o cereal teria preço mínimo de R$ 20,80 por saca no norte do Paraná e de R$ 32,40 no oeste de Santa Catarina.

O oposto Já no cenário oposto, a paridade de exportação definiria o piso para as cotações do milho ao longo de 2011, segundo a Céleres.

Feijão A reduzida oferta de feijão continua acelerando os preços no campo. Pesquisa da Folha registrou valores de até R$ 170 por saca ontem. Já no mercado atacadista de São Paulo, o Instituto de Economia Agrícola registrou R$ 192 por saca.

Bateu nos R$ 2 O frango foi negociado a R$ 2 por quilo da ave viva nas granjas de São Paulo.

Número cem Com a união da UBA e da Abef, que se transformaram na Ubabef, a entidade cresceu 20% nos último quatro meses, atingindo cem associados -de agroindústria, indústrias de insumos a associações estaduais e setoriais.

Cotia A Justiça de Mogi das Cruzes disponibilizou R$ 200 milhões para o pagamento de ex-trabalhadores da Cooperativa Agrícola de Cotia. Os credores podem verificar os valores a que têm direito no site http://cacccl. sites.uol.com.br.

MILHO
+2,20%
Ontem, no mercado interno

ALGODÃO
-1,04%
Ontem, no mercado interno


Com KARLA DOMINGUES


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