São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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UBS, o maior banco suíço, anuncia rombo de US$ 2 bi

Funcionário do escritório do UBS em Londres é preso a pedido da empresa

Instituição acusa empregado de ter feito operações fraudulentas e afirma que clientes não serão prejudicados

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Um homem de 31 anos foi preso na madrugada de ontem em Londres sob acusação de operações financeiras fraudulentas que causaram um rombo de US$ 2 bilhões (R$ 3,46 bilhões) ao UBS, maior banco suíço.
Kweku Adoboli trabalhava em um dos escritórios do banco em Londres. Ele foi preso a pedido da empresa, que descobriu as operações na quarta-feira e informou a polícia. Seu chefe, John Hughes, pediu demissão.
O banco não quis revelar de que tipo eram as operações, mas afirmou que nenhum cliente será afetado. Adoboli, que nasceu em Gana e vive há mais de 20 anos no Reino Unido, trabalhava com complexas operações de derivativos -investimento em que você aposta na variação de algum indicador, como inflação, câmbio, preço de um ativo etc.

QUEDA NA BOLSA
As ações do UBS caíram 10,8% na Bolsa de Zurique. O rombo pode fazer com que o banco feche este trimestre com prejuízo. Também irá consumir quase toda a economia que o UBS pretendia obter com o fechamento de 3.500 vagas anunciadas no mês passado.
Para analistas, o caso prova que não foram suficientes as medidas tomadas após outras ações fraudulentas e a crise financeira de 2008, que provocou a recessão global.
Autoridades do Reino Unido e da Suíça analisam o caso, que também dá argumentos àqueles que advogam mais controle sobre os bancos e até uma separação entre operações de varejo e as de investimentos.
O Reino Unido já prepara leis para obrigar seus bancos a separarem legalmente e administrativamente as duas unidades. A Suíça também estuda novas medidas para regular o sistema financeiro.
O UBS, que perdeu cerca de € 50 bilhões com a crise de 2008 e precisou de ajuda do dinheiro do governo suíço, afirmava ter tomado severas medidas para evitar riscos.
Ontem, em carta aos 18 mil funcionários, o presidente do gruponco, Oswald Grübel, disse que o problema não afeta os fundamentos do banco.


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