São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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Qualificação profissional atrai brasileiras

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Com 20 vezes mais profissionais de tecnologia do que a Argentina -1,2 milhão ante 60 mil-, o Brasil vive a situação contraditória de buscar no país vizinho programadores qualificados.
Custo de mão de obra (até 40% inferior do custo do Brasil) e especializações técnicas são dois dos fatores principais para a procura. "Existe hoje uma distância grande entre o profissional que se forma no Brasil e o que as empresas precisam", diz Sérgio Sgobbi, da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
A brasileira Stefanini, de software e serviços, mantém 400 funcionários no país e aproveita os incentivos fiscais para exportar seus projetos.
Nascida na Argentina, mas tendo o Brasil como principal mercado gerador de receita, a Vostu, de games sociais como Mini Fazenda e Café Mania -que podem ser jogados no Facebook, no Orkut ou no próprio site da empresa -, é outro exemplo. Dos 590 funcionários da companhia, 500 ficam na Argentina. A base brasileira ficou empenhada principalmente nas tarefas de suporte e administrativas.
"Mantemos as tarefas mais complexas de desenvolvimento dos jogos na Argentina, já que podemos opinar no currículo das universidades e os profissionais já saem mais preparados para entender a necessidade da indústria dos games", diz Daniel Kafie, fundador da Vostu. Segundo Kafie, a maioria dos universitários argentinos sai com habilidades para criar jogos de redes sociais, diferentemente dos brasileiros, mais acostumados às técnicas convencionais.
Para Vidal Gonçalves, coordenador da Fiap, a distância entre as necessidades empresariais e o currículo das faculdades brasileiras é maior nas instituições públicas, onde os mestres normalmente não interagem com as demandas das empresas.


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