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Diretores "compram" empresa fantasma após entrada da Caixa
Empresas suspeitas de crime financeiro são abertas oito dias após negócio com banco estatal
Com capital de R$ 100, empresas evitam identificar donos e servem para lavar dinheiro no exterior
Divulgação SBT
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O apresentador e empresário Silvio Santos grava programa de auditório para a rede SBT]
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Ex-diretores do banco
PanAmericano "compraram" empresas fantasmas logo após a conclusão do negócio com a Caixa Econômica
Federal, no final de 2009.
A compra de empresas de
participação com capital de
R$ 100, feita por dois ex-diretores, como revelou a Folha
no sábado, ocorreu entre 1 e 8
dias após a Caixa anunciar,
no dia 1º de dezembro, a
compra de 35,54% do banco,
por R$ 739,3 milhões.
Um dia depois o então diretor jurídico Luiz Augusto
Teixeira de Carvalho Bruno e
uma sócia, Joyce de Paula,
adquiriam a Antillas Empreendimentos, registrada
na Junta Comercial de São
Paulo com capital de R$ 100.
Elinton Bobrik, diretor de
novos negócios, assumiu o
controle da Razak Empreendimentos em 9 de dezembro.
Ambas foram criadas para
atuar como holding de instituições não financeiras, uma
forma de controlar as operações de diversas empresas.
Por meio de uma série de
participações cruzadas, fica
quase impossível identificar
os donos de uma holding.
Essas empresas também
facilitam a lavagem de dinheiro por meio de empresas
em paraísos fiscais.
As duas empresas -Antillas e Razak- foram criadas
pelos sócios Ivan dos Santos
Freire e Valdison Amorim
dos Santos em São Paulo.
Juntos, os sócios criaram
cerca de 50 empresas de
R$ 100 nos últimos três anos.
Policiais federais, contadores e advogados especialistas em direito administrativo e tributário afirmaram à
Folha que esse tipo de negócio é incomum e pode indicar a empresa fraudulenta.
O que chama a atenção,
segundo consultores ouvidos pela Folha, são as estratégias e a quantidade de empresas em comum entre parte dos executivos afastados.
Rafael Palladino, ex-superintendente, aparece como
sócio em 20 empresas.
OUTRO LADO
A Folha não localizou até
o fechamento desta edição os
ex-diretores do PanAmericano -Bobrik e Carvalho Bruno- para comentar o caso.
Santos, ex-estudante de
direito envolvido no suposto
esquema de abertura de empresas fantasmas, afirmou à
Folha que trabalha com assessoria empresarial e que
algumas das empresas são
criadas a pedido de clientes.
Ele trabalhou como estagiário de um escritório de advocacia que defende o Diretório Estadual do PT em São
Paulo e diversos políticos da
cúpula do partido.
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