São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

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Com risco calculado, analista de sistemas vence pregão virtual

Luís Caneppelle obtém retorno de 91% no simulado do Folhainvest e de mais de 800% na vida real

Analista, que consulta balanços e gráficos antes de investir, recusou convite para trabalhar em corretora

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO

Cada passo milimetricamente calculado. Foi assim que o analista de sistemas Luís Caneppelle, 34, venceu a disputa do simulado do Folhainvest de 2010, com ganhos de 91,19%.
Na vida real, seu desempenho foi mais impressionante, ao acumular retorno de mais de 800% no arriscado mercado de opções.
Nessa modalidade, o investidor negocia o direito de comprar ou de vender uma ação a um determinado valor, independentemente da evolução do preço do papel.
Para quem se sentiu tentado a copiá-lo, ele faz um alerta: "Opções é muito arriscado. Tem que ter muita consciência do que está fazendo".
Apesar de não trabalhar (ainda) no setor financeiro, ele acompanha assiduamente as informações sobre o mercado de ações.
"Antigamente, passava na TV que o Dow Jones caiu, e nem entendia. Hoje, não deixo passar uma notícia em branco", diz Caneppelle, que começou a investir na Bolsa há dois anos.
O sucesso no pregão virtual do Folhainvest -programa educativo da Folha que simula investimentos em ações- e na vida real exigiu estratégias diferentes.
Para conquistar a liderança do simulado, o analista de sistemas começou fazendo apostas arriscadas.
Ele operava basicamente com ações de Banrisul, SLC Agrícola e Ecodiesel e nunca ficava mais de uma semana com o papel. Assim, ganhava com as oscilações dos ativos.
"Escolhia papéis que oscilavam muito. Quando você acompanha muito a ação, passa a entender como ela se comporta."
Ao alcançar o primeiro lugar do ranking anual, Caneppelle ficou mais conservador. Para evitar grandes perdas, diversificou as aplicações em papéis de vários setores, como varejista, aéreo, bancário e de commodities.
O investidor conta que operava pouco com ações de Petrobras e Vale, papéis que, assim como nos pregões da BM&FBovespa, são os mais negociados do simulado.
"Invisto em Petrobras e Vale na vida real, pois são empresas sólidas. Mas, como são papéis menos instáveis, não servem para ganhar o Folhainvest", afirma.
Caneppelle diz que nunca comprou uma ação por impulso, mesmo no Folhainvest. Antes de tomar uma decisão, ele faz análises gráficas do desempenho dos papéis, estuda o cenário econômico, pesquisa notícias e lê os balanços das companhias.
Quando investe na Vale, por exemplo, ele confere a variação dos papéis de mineradoras estrangeiras, consulta planilhas com a trajetória dos preços das commodities e acompanha o desempenho de outras economias.
"Ouço gente falando: "A ação está caindo 3%, vou comprar". Mas o que está por trás dessa queda? Não será o início da desvalorização?".

CONVITE
O vencedor do simulado conta que lê relatórios de corretoras, mas se guia poucos por essas avaliações: "2010 foi um ano para esquecer os analistas. Erraram muito".
O desempenho no jogo trouxe notoriedade a Caneppelle. Ele gasta uma hora por noite respondendo a mensagens de participantes e já recebeu até convite para trabalhar em corretora.
"Não aceitei, mas me arrependi. Agora quero trabalhar na área."
A vitória no jogo rendeu a Caneppelle viagem de uma semana para a Costa do Sauipe, na Bahia, paga pela Fator Administração de Recursos.


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