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Ibama proíbe embargo de obra de interesse público por agente
Decisão ocorre após fiscais determinarem paralisação de porto de Santos
NANCY DUTRA
DE BRASÍLIA
O Ibama proibiu que agentes de fiscalização do órgão
embarguem obras e atividades consideradas de interesse público, como portos, aeroportos, hidrelétricas e rodovias.
A decisão foi tomada após
três fiscais de São Paulo determinarem, na semana passada, a paralisação do porto
de Santos. A interdição durou três horas, até a superintendência nacional do Ibama
anular o ato e afirmar que a
ação foi uma "iniciativa isolada" e sem autorização.
Até a última segunda-feira, quando a portaria foi editada, os agentes do órgão tinham o poder de embargar
cautelarmente as obras
-quando há risco imediato
ao ambiente ou à saúde pública. Agora, o embargo terá
de ser submetido a uma avaliação prévia do presidente
do Ibama, Abelardo Bayma.
A medida atende a uma
preocupação do governo federal em um momento de
anúncios de grandes investimentos que podem sofrer
atrasos por conta da fiscalização ambiental, como a
construção da usina de Belo
Monte e a do trem-bala.
"Queremos frear atitudes
deslocadas e arbitrárias, que
representam um prejuízo
inestimável para o país", afirmou o diretor de proteção
ambiental do órgão, Luciano
Evaristo.
Os fiscais de São Paulo foram suspensos e respondem
a processo disciplinar. "Não
podemos deixar malucos
agir assim. É importante para
limitarmos as ações", completou Evaristo.
A assessoria jurídica da
Asibama, associação dos servidores do Ibama, estuda os
impactos da portaria. Segundo o presidente Jonas Moraes
Corrêa, a análise determinará as possíveis ações da entidade contra o Ibama.
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