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Produção de petróleo em Tupi tem queda de 30% no ano
Aumenta a incerteza sobre a perfuração de rochas no pré-sal
SAMANTHA LIMA
DO RIO
A produção de petróleo na
plataforma em teste em Tupi,
tida como uma das áreas
mais promissoras do pré-sal,
caiu 30% entre janeiro e
maio. A média de barris extraídos por dia recuou de 20
mil em dezembro para 14 mil
em maio, segundo a Agência
Nacional do Petróleo (ANP).
Tupi foi a primeira área a
produzir no pré-sal da bacia
de Santos, como teste. A Petrobras planejava produzir
30 mil barris diários, mas reduziu à metade devido à dificuldade de escoar o gás associado ao óleo. Entre julho e
setembro de 2009, a produção parou para a troca de
equipamentos.
Queda na produção dessa
magnitude só se explica pela
mudança de profundidade
ou, mais grave, pela queda
na pressão do reservatório,
diz um ex-executivo da Petrobras. A queda na pressão
evidenciaria as incertezas de
furar as rochas presentes no
pré-sal da região, não totalmente conhecidas pela Petrobras, diz o especialista.
A Petrobras disse apenas
que a variação de volume
produzido em teste é normal
e programada. O teste, afirma a empresa, visa analisar
as características do pré-sal,
como o comportamento dos
reservatórios, o fluxo, o escoamento e estudos para definir a direção de perfuração
dos poços, além de ajudar a
conhecer as rochas.
Em outro contratempo no
pré-sal, a ANP informou que
teve "dificuldades operacionais" na perfuração do poço
Libra, também na bacia de
Santos. Um novo furo foi feito a 375 metros do anterior.
Esse é o segundo poço da
ANP para identificação de reservas para a União ceder à
Petrobras, depois do poço
Franco, onde a agência diz
ter encontrado reservas de
4,5 bilhões de barris. A ANP
precisa identificar 5 bilhões
de barris em reservas para a
Petrobras, dentro do processo de capitalização que deve
acontecer em setembro.
Em Franco, a ANP disse,
na semana passada, ter identificado um potencial de produção de 50 mil barris por
dia, ou 3,6 vezes a atual produção de Tupi.
Essa estimativa deverá
pressionar o preço dos barris
em reservas a serem pagos
pela Petrobras, aumentando
o valor da capitalização, diz o
Credit Suisse. Isso porque reduz as incertezas sobre o pré-sal, e valoriza as reservas. Assim, cada barril pode chegar
a US$ 7 ou US$ 8, ante US$ 5
das expectativas iniciais.
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