São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010

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Produção de petróleo em Tupi tem queda de 30% no ano

Aumenta a incerteza sobre a perfuração de rochas no pré-sal

SAMANTHA LIMA
DO RIO

A produção de petróleo na plataforma em teste em Tupi, tida como uma das áreas mais promissoras do pré-sal, caiu 30% entre janeiro e maio. A média de barris extraídos por dia recuou de 20 mil em dezembro para 14 mil em maio, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Tupi foi a primeira área a produzir no pré-sal da bacia de Santos, como teste. A Petrobras planejava produzir 30 mil barris diários, mas reduziu à metade devido à dificuldade de escoar o gás associado ao óleo. Entre julho e setembro de 2009, a produção parou para a troca de equipamentos.
Queda na produção dessa magnitude só se explica pela mudança de profundidade ou, mais grave, pela queda na pressão do reservatório, diz um ex-executivo da Petrobras. A queda na pressão evidenciaria as incertezas de furar as rochas presentes no pré-sal da região, não totalmente conhecidas pela Petrobras, diz o especialista.
A Petrobras disse apenas que a variação de volume produzido em teste é normal e programada. O teste, afirma a empresa, visa analisar as características do pré-sal, como o comportamento dos reservatórios, o fluxo, o escoamento e estudos para definir a direção de perfuração dos poços, além de ajudar a conhecer as rochas.
Em outro contratempo no pré-sal, a ANP informou que teve "dificuldades operacionais" na perfuração do poço Libra, também na bacia de Santos. Um novo furo foi feito a 375 metros do anterior.
Esse é o segundo poço da ANP para identificação de reservas para a União ceder à Petrobras, depois do poço Franco, onde a agência diz ter encontrado reservas de 4,5 bilhões de barris. A ANP precisa identificar 5 bilhões de barris em reservas para a Petrobras, dentro do processo de capitalização que deve acontecer em setembro.
Em Franco, a ANP disse, na semana passada, ter identificado um potencial de produção de 50 mil barris por dia, ou 3,6 vezes a atual produção de Tupi.
Essa estimativa deverá pressionar o preço dos barris em reservas a serem pagos pela Petrobras, aumentando o valor da capitalização, diz o Credit Suisse. Isso porque reduz as incertezas sobre o pré-sal, e valoriza as reservas. Assim, cada barril pode chegar a US$ 7 ou US$ 8, ante US$ 5 das expectativas iniciais.


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