São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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Pactual levantou € 1,7 bi para "se livrar" do BNDES

DE SÃO PAULO

O banco BTG Pactual, que assumiu a proposição de fundir Pão de Açúcar e Carrefour, chegou a reunir € 1,7 bilhão de investidores nacionais e estrangeiros para "se livrar" do polêmico apoio de R$ 4,5 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à fusão.
O dinheiro viria de clientes como fundos de investimento e de pensão, que se comprometeram previamente a aderir ao negócio, caso houvesse uma oportunidade, apurou a Folha.
A ideia era ter uma carta na manga para mostrar que a fusão com o Carrefour não dependia do BNDES e que despertava interesse do mercado ""argumento que também seria levado para convencer o Casino a aderir ao projeto de união dos supermercados no Brasil.
A essa altura, o BNDES já dava sinais de que poderia retirar o apoio à operação se não houvesse entendimento entre os sócios do Pão de Açúcar.
Cinco dias após o fracasso da operação, assessores e consultores de Abilio Diniz, presidente do conselho da varejista, se perguntam onde erraram e o que poderiam ter feito diferente.
De longe, a participação do BNDES é um dos pontos que mais acirram os debates, ao lado da briga pública que se seguiu à disputa entre Abilio Diniz, presidente do conselho, e o sócio Casino em torno do controle do Pão de Açúcar.

CONTABILIDADE
Em relação ao Casino, os assessores lamentam não ter dado a devida importância de desenhar uma operação que permitisse ao grupo francês manter seu desejo de levar a contabilidade do Pão de Açúcar integralmente ao seu balanço.
Sem o controle, o grupo francês só pode levar ao balanço na França os números brasileiros proporcionalmente à sua participação.
Como o Pão de Açúcar é uma empresa enorme e tem contabilidade enxuta, sua presença no balanço francês permitiria ao Casino reduzir o peso de sua dívida e ainda melhorar sua capacidade de empréstimo para financiar projetos de expansão, além do dia a dia.


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