São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2010

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ANÁLISE

Bom clima econômico do país provoca boa safra de balanços


A MELHORA DA ECONOMIA ELEVOU A DEMANDA POR CRÉDITO

ROBERTO LUIS TROSTER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A atividade bancária é pró-cíclica e os balanços dos grandes bancos refletem o quadro conjuntural mais vigoroso. Nos últimos 12 meses, houve aceleração na atividade econômica e melhora nas expectativas, em parte resultado da estratégia dos próprios bancos.
O crédito teve expansão de 20%, com destaque para os bancos públicos (crescimento de 31%), os privados nacionais (16%) e os estrangeiros (7%).
Os cinco maiores bancos -Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa e Santander- respondem por 75% do sistema e vivem momentos especiais.
O Itaú Unibanco e o Santander estão focados na integração de operações; o Bradesco, com nova administração, em aumentar a clientela na base da pirâmide; e os dois bancos públicos, na expansão do crédito como instrumento de política econômica e para aumentar sua participação no mercado.
Todas as estratégias se mostraram lucrativas, conforme os balanços divulgados nas últimas semanas.
A melhora no clima econômico aumentou a demanda por crédito e reduziu a inadimplência, com reflexo positivo no resultado de todas as instituições.
Os lucros apresentados foram recordes. O maior foi o do Itaú Unibanco, com R$ 6,4 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil, com R$ 5,1 bilhões, e o Bradesco, com R$ 4,5 bilhões.
Os demais bancos, incluindo os pequenos e médios, também têm resultados em sintonia com a realidade econômica.
Há dois senões nesse quadro: um é a composição do crédito, com proporção alta de recursos direcionados e baixa de pequenos tomadores; o outro é na cunha de intermediação, que é inconsistente com a sofisticação do sistema.
A questão é o que esperar para os próximos semestres.
Há demanda por outros produtos e serviços financeiros, bem como espaço para uma internacionalização maior de alguns. Além disso, existe capacidade ociosa para emprestar.
O índice de Basileia médio para os cinco maiores é de 19%; para os demais, é maior ainda, bem acima dos 11% regulamentares. A estratégia que cada banco vai adotar será o fator diferenciador.


ROBERTO LUIS TROSTER, 59, da S/A M, é doutor em economia pela USP e foi economista-chefe da Febraban, da ABBC e do Banco Itamarati.

robertotroster@uol.com.br


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