São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2010

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Caminhoneiros param maior corredor de soja do país

Categoria exige melhores condições nos terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia, localizados em Mato Grosso

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

Transportadoras e caminhoneiros de Mato Grosso suspenderam ontem o transporte de grãos para os terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia (MT), administrados pela ALL (América Latina Logística). O corredor é o principal canal para o escoamento da soja do Centro-Oeste rumo ao porto de Santos.
A categoria reclama das precárias condições dos dois terminais, que recebem cerca de 600 caminhoneiros por dia, e do excessivo tempo de permanência para o descarregamento da carga. Por dia, a estrutura movimenta cerca de 25 mil toneladas entre soja, farelo de soja e milho.
Segundo o diretor da Fettremat (Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso), Olmir Feo, a falta de pavimentação deixa os motoristas em meio à poeira durante a seca.
"O ar fica irrespirável. E, dependendo da situação, um motorista tem de esperar até 24 horas para descarregar. No tempo de chuva, acaba a poeira, mas começam os atoleiros", aponta Feo.
A mobilização tem o apoio de sete entidades ligadas ao transporte de carga em Mato Grosso. A ATC (Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso) emitiu comunicado para que todas as empresas de transporte recusem frete para Alto Taquari e Alto Araguaia.
Segundo a coordenação do movimento, os principais embarcadores (como Bunge, Amaggi e ADM) suspenderam a liberação da soja no interior de Mato Grosso.
Os motoristas afirmam que só suspendem o movimento mediante um compromisso formal da ALL junto ao Ministério Público do Trabalho, por meio do qual a companhia se comprometa a resolver os problemas dos dois terminais.

OUTRO LADO
Em nota, a ALL afirmou que investiu R$ 13 milhões para a melhoria das condições dos terminais e que já reduziu o tempo de espera dos motoristas para, em média, 5,6 horas.


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