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Caminhoneiros param maior corredor de soja do país
Categoria exige melhores condições nos terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia, localizados em Mato Grosso
AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO
RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Transportadoras e caminhoneiros de Mato Grosso
suspenderam ontem o transporte de grãos para os terminais de Alto Taquari e Alto
Araguaia (MT), administrados pela ALL (América Latina Logística). O corredor é o
principal canal para o escoamento da soja do Centro-Oeste rumo ao porto de Santos.
A categoria reclama das
precárias condições dos dois
terminais, que recebem cerca
de 600 caminhoneiros por
dia, e do excessivo tempo de
permanência para o descarregamento da carga. Por dia,
a estrutura movimenta cerca
de 25 mil toneladas entre soja, farelo de soja e milho.
Segundo o diretor da
Fettremat (Federação dos
Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de
Mato Grosso), Olmir Feo, a
falta de pavimentação deixa
os motoristas em meio à poeira durante a seca.
"O ar fica irrespirável. E,
dependendo da situação, um
motorista tem de esperar até
24 horas para descarregar.
No tempo de chuva, acaba a
poeira, mas começam os atoleiros", aponta Feo.
A mobilização tem o apoio
de sete entidades ligadas ao
transporte de carga em Mato
Grosso. A ATC (Associação
dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso) emitiu
comunicado para que todas
as empresas de transporte recusem frete para Alto Taquari e Alto Araguaia.
Segundo a coordenação
do movimento, os principais
embarcadores (como Bunge,
Amaggi e ADM) suspenderam a liberação da soja no interior de Mato Grosso.
Os motoristas afirmam
que só suspendem o movimento mediante um compromisso formal da ALL junto ao
Ministério Público do Trabalho, por meio do qual a companhia se comprometa a resolver os problemas dos dois terminais.
OUTRO LADO
Em nota, a ALL afirmou
que investiu R$ 13 milhões
para a melhoria das condições dos terminais e que já
reduziu o tempo de espera
dos motoristas para, em média, 5,6 horas.
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