São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011 |
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ANÁLISE MINERAIS Desenvolvimento da mineração exige o fim do radicalismo PAULO CAMILLO VARGAS PENNA ESPECIAL PARA A FOLHA A sustentabilidade dos projetos empresariais, sua rigidez locacional e os interesses da sociedade estão no centro de debates que, por vezes, descambam para posições que desmerecem a razão e evidenciam a radicalização, como no caso das hidrelétricas no Norte do país. É um risco, diante de tantas obras de infraestrutura e empreendimentos industriais em curso no Brasil. A sociedade está ou se sente preparada para expressar sua opinião sobre tais empreendimentos? Seus representantes também? Há um "preço a pagar" quando se desenvolve qualquer atividade produtiva: erguer casas, abrir ruas e estradas, construir hidrelétricas, criar animais ou minerar. Várias dessas atividades ocupam até 100% de áreas antes intactas; já a mineração ocupa até 5% da concessão, tendo ainda a obrigação constitucional de recuperar as áreas mineradas. Em troca, gera divisas para a estabilidade econômica e garante insumos à produção industrial e agrícola, ou seja, dos bens de consumo do nosso dia a dia. Outras atividades também oferecem retorno em diversas formas. Mas a sociedade deve abrir mão de certas premissas para delas usufruir. No caso dos minérios, eles têm de ser extraídos onde foram pesquisados. Mas, com tecnologia e compromisso com a sustentabilidade, o setor comprova que é viável exercer a atividade e, ao mesmo tempo, preservar áreas ambiental, cultural ou historicamente importantes. No entanto, esse debate tem encontrado radicalismo em ONGs que praticamente demonizam a indústria mineral ao ignorar suas importantes contribuições para os brasileiros e exigir a esterilização de investimentos nessa área. Isso tem sido frequente em Minas Gerais, maior produtor de minérios do Brasil. Tais atores têm o direito democrático de debater a questão, mas devem abrir real espaço para que a sociedade como um todo se manifeste, não obstante as intervenções do Ministério Público estadual. Deve-se evitar que a visão unilateral das ONGs se sobreponha aos legítimos interesses dos brasileiros. A legislação brasileira é bastante restritiva à mineração em muitos locais. É preciso preservar -o setor tem consciência disso-, mas é imprescindível minerar. O Brasil depende dos minérios e Minas Gerais, em particular, precisa da mineração para ativar outros setores produtivos a ela encadeados e proporcionar cada vez mais qualidade de vida à população. Convém, portanto, desarmar os espíritos, provocar o real e fundamentado debate e não exacerbar o fundamentalismo de ideias. PAULO CAMILLO VARGAS PENNA é diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). Texto Anterior: Sucroalcooleiro: Baixa oferta de cana altera projeções da Cosan para a Raízen Próximo Texto: Vaivém - Mauro Zafalon: EUA voltam a barrar carne exportada pela JBS por excesso de vermífugo Índice | Comunicar Erros |
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