São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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Crescem direito digital e escritórios médios

Provas eletrônicas de vazamento de dados, ofensas anônimas e fraudes estão em setor aquecido da advocacia

Empresas buscam escritórios de advocacia menores como uma alternativa mais barata para acompanhamento

DE SÃO PAULO

Escritórios de advocacia de médio porte também têm sentido os efeitos da demanda aquecida no país.
O Velloza, Girotto e Lindenbojm, com 95 advogados, sendo 15 sócios e 1.100 empresas clientes, teve um aumento de 30% da receita nos últimos dois anos.
Desde 2008, quando começou a desenvolver a área de fusões e aquisições, até 2010, o escritório montou 11 operações nesse segmento, no valor de R$ 12 bilhões. Neste ano, já há outras nove em andamento.
"Com o mercado aquecido, as empresas passaram a procurar mais os escritórios de médio porte, que podem fazer as mesmas operações com qualidade e cobrando menos", diz Luiz Girotto, advogado e sócio.
"Perdeu-se o preconceito com os menores", completa.

DIREITO DIGITAL
E há também advogados apostando no filão do direito digital no país.
Em uma época em que as relações dentro das empresas, e entre as companhias, são cada vez mais mediadas por computador, questões de segurança de informação, privacidade e propriedade intelectual ganham mais atenção no setor corporativo.
Um dos escritórios tidos como referência no segmento é o Patricia Peck Pinheiro. Nascido em 2004, possui hoje, como clientes ativas, 120 empresas de 28 setores.
A equipe de 30 advogados, sendo 13 sócios, oferece consultoria, acompanhamento de processos e até capacitação dos clientes para evitar problemas futuros.
Dos profissionais do escritório -que, em grande parte, têm menos de 30 anos e são da chamada "geração Y"- é exigido um grande conhecimento de tecnologias e redes sociais, além do embasamento jurídico.
Entre os casos mais comuns acompanhados por esses advogados estão vazamento de dados confidenciais de uma empresa por e-mail; ofensas anônimas, também por e-mail, trocadas por integrantes de uma mesma equipe e fraudes que podem ser descobertas por meio de provas eletrônicas.
"Casos, por exemplo, de funcionários que faltam ao trabalho dizendo que estão doentes, mas são flagrados em sites de relacionamento postando fotos de uma viagem", diz Patricia Peck, fundadora do escritório.
A advogada diz que a equipe faz desde a investigação dos casos até o recolhimento das provas. E também oferece orientação sobre as medidas cabíveis.
"Muitas vezes, o desfecho é a demissão por justa causa ou a abertura de um processo para ressarcimento dos danos", completa.
De 2008 a 2010, o escritório triplicou o faturamento anual, para R$ 3 milhões. E projeta chegar a R$ 4,8 milhões neste ano.
(CAROLINA MATOS)


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