São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Nova alta faz algodão romper barreira histórica

O preço do algodão rompeu a barreira dos US$ 2 por libra-peso no mercado futuro de Nova York. O primeiro contrato subiu 3,55% ontem e fechou a US$ 2,04, no limite de alta de US$ 0,07 por libra-peso permitido pela Bolsa.
Em 12 meses, o algodão avançou 171%. A forte demanda pelo produto, principalmente na China, em um momento de oferta restrita -com safras prejudicadas por problemas climáticos em diversos países-, explica os sucessivos recordes de preço.
Analistas não enxergam um limite para a alta. "O preço ainda não está afetando a demanda", afirma Rodrigo Corrêa, analista da corretora Newedge, em Nova York.
"Pensávamos que R$ 3 por libra-peso seria o limite de alta para a indústria, mas o valor está bem acima disso e ela continua comprando", diz Camila Machado, da consultoria Safras & Mercado.
O indicador do Cepea apontou ontem a libra-peso a R$ 3,96 no mercado interno. Segundo pesquisa da Folha, o algodão em caroço é cotado a R$ 39,15 por arroba, em média, com alta de 37% no ano e de 76% em seis meses.
Porém, mais do que o aumento de preço, a escassez do produto é o que preocupa a indústria têxtil. "A indústria passa por sérios problemas de abastecimento", afirma Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit (associação do setor têxtil).
A colheita de algodão no Brasil começa em maio, mas a maior parte da produção deve, de fato, entrar no mercado em agosto. No início da colheita, os produtores dão prioridade a contratos fechados antecipadamente. E cerca de 60% da atual safra já foi vendida antes da colheita.
"Não sei dizer se a indústria vai sustentar essa situação até lá", afirma Diniz. Sem citar nomes, ele afirma que fábricas reduzem o ritmo de produção. Muitas estão concedendo férias coletivas ou reduzindo turnos devido à falta de matéria-prima.
Com dificuldades de repasse do aumento de custo para o consumidor, o lucro das indústrias caiu. E o limite de compressão das margens do setor vai determinar se o algodão continuará atingindo novas cotações máximas.

Ceagesp em alta 1 As vendas no atacado movimentaram R$ 4,57 bilhões em 2010, com crescimento de 4,9% ante 2009. Com leve alta de 0,14% em relação ao ano anterior, o volume de 3,16 milhões de toneladas foi o maior em 22 anos.

Ceagesp em alta 2 As frutas responderam por 52% do volume movimentado, com 1,6 milhão de toneladas. Só nessa categoria, o fluxo financeiro atingiu R$ 2,42 bilhões -crescimento de 7%.

Efeito verão O preço do frango vivo sobe nos frigoríficos paulistas, reflexo das altas temperaturas. O calor faz com que os animais comam menos, o que atrasa a engorda e diminui a oferta. Ontem, o quilo era cotado a R$ 2,05, com alta de 8% em 30 dias, segundo pesquisa da Folha.

Ainda sobe O café avançou 3,36% em Nova York, cotado a US$ 0,27 por libra-peso. No mês, a alta é de 14%.

Feijão tem maior limite para venda

Após pressão de instituições e produtores, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, determinou o aumento do limite de venda de feijão aos estoques reguladores, de 100 para 500 sacas (60 kg) por produtor.
A medida é uma forma de garantir o valor mínimo do produto dentro da PGPM (Política de Garantia de Preços Mínimos), de R$ 80 a saca. Atualmente, os produtores não conseguem nem R$ 50 por saca de feijão.
A determinação foi feita à Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e deve passar a valer para a próxima compra, ainda sem data definida. A reivindicação foi atendida após reunião entre produtores e técnicos na câmara setorial.

TATIANA FREITAS (interina) e VENCESLAU BORLINA FILHO


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