São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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BC adianta regra que reduz risco bancário

País adotará antes do prazo novas exigências internacionais, como formar "colchão" com lucro em tempos de bonança

Instituições precisarão ter mais capital para dar crédito; bancos do país já têm reserva maior em relação aos de fora

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Brasil antecipou a implantação de algumas das novas exigências internacionais para reduzir o risco de quebra de instituições financeiras durante crises.
Entre elas está a formação de um "colchão" com o lucro dos bancos em períodos de bonança na economia.
O BC divulgou ontem o cronograma para implantação das regras conhecidas como Basileia 3, que elevam a exigência de capital. As normas foram definidas pelo G20 durante discussões para evitar crises com a de 2008.
Hoje, os bancos brasileiros já têm uma reserva de capital maior para garantir as suas operações em relação ao padrão internacional.
Como vão precisar de menos dinheiro do que as instituições em outros países para se ajustar, o BC considera possível antecipar as regras sem que haja problemas.
Haverá ainda o benefício de tornar mais gradual o aumento do capital exigido ano a ano até chegar ao novo patamar, em 2019.
Hoje, para cada R$ 100 emprestados, o banco precisa ter R$ 11 de capital. Podem ser contabilizados como capital, por exemplo, ações, lucros retidos e algumas dívidas de longo prazo.
Até 2019, o percentual ficará entre 10,5% e 13%, de acordo com o momento da economia. Quanto maior o crescimento, maior a poupança que terão de fazer.
Além disso, haverá regras mais rígidas para aumentar a qualidade do capital, que virá principalmente de lucros retidos e ações do banco, ou seja, ativos mais "sólidos".
Mesmo para alcançar os 10,5%, os bancos precisarão de mais recursos, pois não poderão considerar, como ocorre hoje, créditos tributários e algumas dívidas como capital para esse cálculo.
As primeiras mudanças entram em vigor em julho de 2012, seis meses antes do recomendado pelo acordo internacional. A exigência do "colchão" extra formado em períodos de expansão maior será implantada em 2014, dois anos antes do previsto.
As alterações ainda dependem de regulamentação do BC, que deve ser divulgada a partir de dezembro.


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